[21] Laços.

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Setembro, 1986.

Era uma missão bastante simples, se nós formos analisar de longe. Éramos um grupo nem muito grande nem muito pequeno, literalmente na proporção certa, efetuando um plano formado por apenas cinco etapas; o mais complicado seria o grupo em si, não o que iríamos fazer.

Etapa um. Observávamos o Palácio à uma distância segura para confirmarmos os dados que recebemos de nossas fontes, ou seja, quantos guardas estavam por ali, seus armamentos e a segurança na própria construção como um todo.

Tudo certo.

Yoongi deu o sinal e, junto dele, o grupo um começou a se aproximar sorrateiramente, como cobras — eu incluso.

O Palácio era gigante. Uma construção tradicional japonesa, cheia de pagodes e escadas. Era bonito, terei de confessar.

Haviam seis guardas na entrada principal e, se as nossas fontes estivessem falando a verdade, mais de cinquenta dentro do Palácio, mas eles eram problema do grupo dois, que era liderado por Moonbyul.

Nós nos agachamos em um ponto próximo dos seguranças, escondidos atrás de um pequeno matagal no breu daquela noite que deixava meu coração em disparada pela adrenalina.

— Tudo bem? — meu alfa, também do grupo um, sibilou.

Seu rosto estava parcialmente coberto por uma máscara. Eu também usava uma, assim como todos os demais. Preservar a identidade era crucial naquele momento.

Apenas assenti em resposta à pergunta do Jeon, temendo fazer barulho e estragar tudo antes mesmo de começarmos.

Observamos, então, o grupo dois rapidamente surpreender e nocautear os guardas. Tudo aconteceu muito depressa.

Não tinha tempo para ficar impressionado, no entanto.

Etapa dois. Entramos no Palácio.

— Nós vamos atrás do Imperador. — Byul anunciou ao Min, que assentiu.

A etapa três ficaria por conta deles, digo, do grupo dois.

Nós estávamos com a quarta, que por sinal tecnicamente era o motivo para estarmos ali e para Yoongi transparecer nervosismo.

Etapa quatro. Enquanto Moonbyul e o restante daqueles que a mesma comandava subiam as escadas para o topo do Palácio a fim de encontrar o Imperador, nós descíamos para o subsolo.

Segundo nossos informantes, os prisioneiros "espaciais" ficavam em um tipo de calabouço no andar inferior ao térreo. O pequeno Park teve esse azar…

Yoongi não tardou a começar a destrancar a porta que levava ao subsolo usando utensílios que ele próprio trouxe. Era fascinante observá-lo.

Pouco antes de escutarmos o som que anunciava que estava destracada, alguns homens nos confrontaram.

Confesso que fiquei assustado. Não com eles, mas com Jeongguk.

Ele deu um chute tão rápido que quase pensei que estivesse apenas alucinando, mas percebi ser real quando vi o homem cair com o nariz transbordando sangue e um pouco torto.

Não tardou para que o alfa acertasse um soco no outro guarda que ainda estava de pé, novamente no nariz.

Paralisei, mas só percebi que estava imóvel quando Seokjin agarrou o meu braço e me puxou para que eu continuasse a descer as escadas. Sempre soube que Jeongguk era forte, eu o via treinar, mas tanto assim…

Quanto mais baixo ficávamos, menos glamoroso e mais assustador o ambiente se tornava. As paredes, antes tingidas por um tom claro e suave de laranja, agora eram cinza e estavam repletas de manchas amareladas e amarronzadas. A iluminação era precária, quase não estava enxergando nada à minha frente.

no rainbows | taekookWhere stories live. Discover now