Capítulo Bônus

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Karen

Em poucos minutos Gabriela aparece e se abaixa com olhar espantado, não deve ser todos os dias que alguém se esconde debaixo da mesa. Então ela segura minhas mãos que estão geladas.

— Karen, por que você está assim, minha amiga? Escondida debaixo da mesa. Você ficou maluca? — questiona com voz baixa.

— Por favor, me tira daqui sem ele ver. — Senti minha voz falhar.

— Ele quem? Do que você está falando? — Minha amiga ficou confusa.

— Aquele homem, ele chegou acompanhado de outros dois homens, você os deixou naquela mesa redonda, perto da saída de emergência — expliquei quase atropelando as palavras.

— Você está falando do Nicolas? — Gabriela me perguntou desconfiada.

Olhei para ela incerta.

— Não sei quem é Nicolas, só dá um jeito para que eu saia daqui sem que me vejam partir — insisti, não tinha tempo de ficar ali me explicando para Gabi.

Ela deve ter visto meu desespero.

— Tudo bem, aguarde que já venho.

Levantei uma das minhas mãos e percebi o quanto tremia. Joaquim curvou-se e mais uma vez me encarou.

— Não tenho ideia do que está acontecendo com você, mas se precisar de qualquer coisa, saiba que pode contar comigo — sussurrou com um sorriso amigável.

Sorri de volta para ele. Como gostaria de ser uma mulher normal, tudo seria tão mais fácil, eu poderia até mesmo me apaixonar por Joaquim.

— Obrigada, sempre é bom saber que temos com quem contar — murmurei.

Ele me observou com olhar melancólico, acenou com sutileza e voltou a sentar-se adequadamente.

Gabriela reaparece e me puxa pela mão, vejo rapidamente que dois garçons estão na mesa de Lucas impedindo que ele me veja. Sinto uma curiosidade mórbida de vê-lo, meu coração se aperta, uma tristeza há muito esquecida permeia o meu ser deixando-me angustiada.

Fiquei tão abalada que mal me dei conta de ter entrado em alguma espécie de sala. Pude notar as lágrimas querendo se derramar.

— Você vai me contar o que está acontecendo? — Ouço a pergunta de Gabriela.

Sem me conter sento-me em uma cadeira e cubro meu rosto com as mãos deixando por fim que a lágrimas desçam. Senti-me com raiva de mim mesma por ainda me deixar dominar por aquele sentimento. Tudo o que mais queria era esquecer o Lucas, mas vi que sentimentos não podem ser controlados, eles apenas acontecem e nos invade sem pedir licença.

Depois de despejar minhas lágrimas tiro as mãos do rosto e olho para Gabriela, ela me assistia calada, então se aproximou e ficou de joelhos na minha frente e segurou minhas mãos.

— Lembra-se daquela vez, quando eu estava na casa da Vicky toda machucada? — indaguei e Gabriela acenou com suavidade — Foi por causa dele.

Minha amiga levantou-se indignada e tinha uma expressão de raiva.

— Qual deles fez isso? — perguntou.

— O cara de olhos verdes, ele está de camisa azul — declarei quase sem voz.

— Ele te bateu? — indagou perplexa.

Imediatamente sacudo a cabeça com rapidez.

— Não, por mais que ele tenha sido cruel comigo, ele nunca levantaria a mão para mim, mas por causa dele levei aquela surra — confessei então voltei a chorar. — Só dê um jeito de me tirar daqui sem o Lucas me ver, não quero me sentir envergonhada novamente.

Minha PerfeiçãoWhere stories live. Discover now