Capítulo 1

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P.O.V Narrador

Era mais uma tarde agradável na Academia Lacombrade, uma brisa de Primavera tornava o lugar ainda tranquilo. As aulas do dia já haviam acabado, os alunos estavam em seus quartos estudando ou brincando lá fora.

Mas um deles, em específico, Carl Messier, não estava fazendo nem uma dessas duas coisas. O Professor Louie Renné havia lhe dado uma tarefa: avisar Serge Battour que ele gostaria de ter uma conversa.

O garoto de cabelos escuros já imaginava o tema da conversa, provavelmente o professor convidaria o pianista para tocar no Conservatório, iniciando assim a carreira de músico do jovem visconde.

A verdade é que no fundo, Carl queria ter dito não para aquela tarefa, mas não seria nada educado desobedecer as ordens de um funcionário da escola. Com alguns livros na mão e uma expressão séria, o garoto procurava o amigo em toda a escola.

Ele já havia ido ao quarto 17, mas não havia ninguém lá. O pianista e seu companheiro de quarto loiro provavelmente estavam ocupados.

Só de pensar na figura de Gilbert, o jovem se estremecia. Ultimamente eles tem andado mais próximos, já que eles e os outros meninos o acolheram como amigo, mas Carl ainda não se sentia totalmente á vontade perto dele.

Quando ninguém percebia, Carl analisava calmamente a beleza de Gilbert Cocteau. Ele imaginava a como seria a textura daqueles cabelos loiros e o quão macia seria aquela pele pálida.

Esse tipo de pensamento era rapidamente reprimido por ele mesmo. A atração que ele sentia por Gilbert era algo mais físico, estava apenas encantado pela beleza dele, nada que ele fizesse poderia superar a atual obssesão de Carl.

Serge Battour era seu nome, o jovem cigano dotado de diversos talentos. Era impressionante a quantidade de coisas em que Serge era bom. O cigano era um excelente pianista, bom nos esportes e sempre tirava notas altas.

Mas não era só isso que encantava o jovem Carl Messier. Enquanto se dirigia á saída da escola, ele pensava em toda a admiração que sentia por Serge.

Além de ser bom em tantas coisas, ele ainda era uma pessoa maravilhosa. Não houve um momento em que o pianista foi rude ou perdeu a paciência com alguém sem motivo, ele era sempre gentil, prestativo, amigável e acolhedor.

Todas as vezes que um dos meninos estava se sentindo mal, ele estava ali para confortá-los. Serge era tudo que as pessoas queriam ter por perto.

Aquele simples sentimento de admiração que Carl tinha pelo seu amigo se transformou em algo mais. Sempre que via o visconde, prestava mais atenção nele do que deveria. Anotava em sua mente os mais sutis trejeitos e cada fato sobre Serge parecia interessante.

Carl parou de pensar sobre isso assim que adentrou na floresta, caminhando em meio ás árvores, ele repetia para si mesmo que aquilo era errado. Ter pensamentos desse tipo por um homem era impuro, e ele seria castigado por Deus.

Procurar o amigo na floresta foi a última de suas opções, já que não o encontrou em nenhum outro lugar. Conforme adentrava em meio as plantas, ele podia ouvir algumas vozes conversando.

De longe ele já as reconheceu, eram as vozes de Serge e Gilbert. Carl pensou seriamente se deveria prosseguir ou não, mas sua curiosidade falou mais alto.

Seguindo os sons, ele avista duas silhuetas perto uma da outra. Ele havia encontrado Serge, certo? Era só ir até ali e avisá-lo sobre o professor Louie Renné.

O que estava o impedindo de continuar?

Em um ato de desespero, ele se esconde atrás de uma árvores próxima e escuta atentamente á conversa dos dois.

As Lágrimas da Rosa AzulWhere stories live. Discover now