(十六岁) Mistério Insolúvel

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A sala do conselho, que antes era grande e bem elaborada, agora parecia pequena, quente demais para que nós pudéssemos estar à vontade. As luzes foram abaixadas, pois com cinco dos líderes da casa dos adoradores, nós não precisávamos delas. Estava abafado, eu estava suando e, de certa forma, com medo de que aquela comoção fosse o estopim para algo ainda maior.

A manutenção da paz é algo tão delicado quanto uma flor, dizia a minha mãe quando Izanagi cruzava os braços e falava que algo não estava certo quando o papai saia no meio da noite para resolver seus assuntos.

Não sei quanto aos outros, mas eu estava apavorada demais, tanto com o assunto do retorno de Tesauro, o ataque de um demônio em nossas terras, a morte dos adoradores, enquanto que os outros apenas debatiam e jogavam culpa e apontavam culpados por todos os lados.

— Silêncio! — declamou Tsuna solenemente. — Se todos aceitamos nos encontrar aqui para discutir o caso, então o discutiremos em harmonia.

Ao lado da tia Tsuna, Akemi (até então, a serva que era discípula), estava em silêncio contemplativo ao seu lado e com suas vestes serviçais. Se estava à mesa, certamente tinha visto os homens na noite anterior, assim como Zu'rien, que, calada bem ao lado de Hisashi, parecia desconfortável e não parava de se mover.

Eu estava em pé, aguardando para ter resposta para alguma pergunta que me fosse feita.

— Disposto da palavra, Akira, senhor do sol nascente — disse Tsuna, dando voz a um homem magro de cabelos vermelhos flamejantes.

— Bem... nós ficamos profundamente abalados com o que aconteceu em nossa casa. Hisei adoraria o sol de hoje, mas foi obscurecido por mãos perversas. Em respeito ao jugo de Tsuna e aos membros da Tribo do Céu e da Terra, não levantarei suspeitas contra ninguém no momento, mas exijo por uma resposta breve, sob pena de ocultarmos a luz desse mundo por trezentos dias.

Estremeço por dentro. Era esse tipo de poder que cada "divino" em nós tinha; o céu que pertencia aos Eremitas, a terra dos Akhans, o sol dos Adoradores. Uma vez que algum deles virasse as costas, todos pagariam dolorosamente, principalmente quando se tratava de ficar quase um ano sem a luz do sol... todos morreríamos.

— Vejamos... — meditou Tsuna. — Era bem tarde quando me apresentei ao povo, cerca de dez da noite. Fui acompanhada desde meus aposentos até o caminho exterior pelos meus servos, e por todo caminho não vi nada de anormal. Quando cheguei, não vi os representantes de sua casa na celebração.

— Então temos a hora final; dez horas — disse Hisashi, atento aos detalhes.

— Algo que chama atenção, foram as últimas pessoas que estiveram com eles naquela noite.

— Mas... eles tiveram contato com todos no festejo, é impossível encontrar alguém que seja suspeito em meio ao povo.

— Certamente — indeferiu Akira. — Mas o contexto de um assassinato decorrente de uma conspiração perdura. Nós já ouvimos muitas pessoas desde mais cedo, inclusive membros de nossa casa que chegaram junto com eles. Nada conseguimos nada senão explicações óbvias de onde estavam e o que faziam, tendo testemunhas que dessem credibilidade ao que diziam. Não foi uma conspiração dentro do nosso clã, deposito minha honra sobre essa mesa quanto a esse fato.

— E quanto ao ferimento encontrado neles? — disse uma moça de cabelos loiros cacheados. — Todos também ficamos estupefatos com o que encontramos.

— E o que encontraram?

— Nada... não encontramos nada — ergo as sobrancelhas sobre a resposta de um homem. — Não tinha sangue e nem marcas de agressão.

O Ultimo Eremita do Trovão (Vencedor #TheWattys2021)Where stories live. Discover now