(二十二) O Crescente Torpor

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Tia Tsuna estava irrequieta. Os braços e as pernas cruzados, o olhar vagueando sobre a mesa de vidro e uma questão importante pairando sobre seus pensamentos na sala do conselho.

Eu olhei para Hisashi e pensei se deveria dizer alguma coisa, se tinha feito um alarde anunciando a presença de Tesauro aqui sendo que ele pode nunca ter estado. Mas sei o que ouvi, compreendi seu pedido, ouvi suas palavras, interagi com elas sobre todas as outras.

Por que não era ele? Como não poderia ser ele se tudo indicava para tal?

— Tia...

— Não precisa dizer mais nada, Izanami-sama. Já tomei as medidas necessárias. Vamos aumentar o efetivo da guarda próximo daqui, do Obelisco dos Eternos e dos monastérios. Além de que, conversando com os conselheiros, decidimos que todos os artefatos sagrados; a espada sem corte, os pergaminhos brancos, o mapa para o céu e o raio cinza ficarão sob nossa custódia.

— Eles aceitaram tal proposta? — duvido.

Ela deu de ombros.

— É a melhor opção por enquanto. Estando junto aos sacerdotes Chikyū, nada será um risco a eles ou a segurança de toda Terracota.

— Fico pensando se... a Lágrima Celestial não poderia fazer algo por nós.

Tia Tsuna gesticulou e acentuou em negativa com a boca.

— A Lagrima desperta a cobiça das tribos, trazê-la para cá já seria motivo de disputa para decidir quem iria manipulá-la — disse Hisashi, os braços cruzados a altura do peito. — Os Senhores da Guerra estão sempre próximos também... ficariamos expostos se eles a alcançassem.

— Além de que a Lágrima é algo que homem algum pode controlar. Talvez um Eremita mas...

— Mas eu sou uma falha como um — enalteci, apta a aceitar isso. Logo que a luta com Zu'rien acabou, restaram apenas dúvidas. Não usei qualquer poder, raios não manaram do meu corpo, eu não a finalizei por não querer machucá-la. Todos devem pensar tão bem ou tão mal que a esperança que Zu'rien disse que Hisashi teria em mim, poderia ter desaparecido da forma que ela planejou que acontecesse.

— Não foi o que eu quis dizer — ele toca meu ombro.

— Chega, vocês dois — Tsuna intervém.

Quando ela enfim eleva aquelas gemas verdes falsas à nossa vista, nós desviamos um pouco, a imponência dela era capaz de nos fazer temer a repreensão.

— Por mais que pareça que não estou fazendo nada, passei a costurar o futuro desse Santuário baseando-me no que podemos fazer agora. Tesauro é uma ameaça enquanto tiver um dos pergaminhos capazes de feitos fantásticos e espantosos. Entretanto, nós também temos um inimigo silencioso que vem trazendo histeria.

Nós nos assentamos próximo a ela.

— E... o que podemos fazer para ajudá-la, tia Tsuna?

— Há quatro coisas que serão feitas em breve. Primeiro: o matrimônio de Izanami, que deverá ser realizado em uma lua no máximo, então, prepare-se, minha sobrinha. Segundo: com você presente seremos capazes de realizar a cerimônia de selamento do Yomi; aceitando sua posição acerca de seres sobrenaturais vindo a nossa terra. Terceiro: um efetivo será deslocado para procurar por Tesauro em ambas as tribos e aos arredores, ele não pode estar longe e é bom em se disfarçar, se passar por outra pessoa sem precisar de muita coisa. E quarto... — ela olhou diretamente para Hisashi. — Quero Zu'rien presa.

— Por quê?! — ele se ergueu com um pulo de espanto. — Senhora, o que foi que ela fez?

— Eu vi, Hisashi-san. Vi ela usando quatro espadas simultaneamente, Raijintoryu, uma técnica que exige um treinamento árduo do qual não tenho conhecimento de nenhum praticante há três gerações. Ela bate com a descrição que a jovem May fez antes de morrer.

O Ultimo Eremita do Trovão (Vencedor #TheWattys2021)Onde histórias criam vida. Descubra agora