(十九岁) A Primeira Chuva

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No dia seguinte quando amanheceu, os pensamentos acerca da conversa que tive com Zu'rien ainda perduravam. Eram murmúrios incômodos de sua voz ríspida e rasgada me fazendo ameaças, me depreciando, desonrando o bom nome da minha família.

O espelho conferia uma visão tristonha de mim mesma, os cabelos enrolados num coque frouxo, as roupas de seda que desgrudavam do meu corpo e a vontade de sair gritando pela rua que ela estava grávida, que tinha planos para desestabilizar as hierarquias do Santuário para prejudicar a todos.

E aquilo, aquela sensação de estar cercada por ela — ser obrigada a enfrentá-la no dojo daqui a exatos dois dias sabendo que seria humilhada propositalmente, não me fazia sentir melhor. Por mais que eu tivesse passado horas treinando, com os braços doendo e as pernas doloridas, eu não queria ter que brigar com alguém do meu povo por nada além de vaidade.

Eu só queria a paz.

Pelo visto, esse sempre tivera sido o desejo das nações que vivem nesse Santuário, tanto as da terra quanto as do céu.

Depois que preparei uma veste que se acentua gentilmente no meu corpo, ouvi um toque na minha porta e disparei para atendê-la, tendo como visitante... ele.

— Izanami-sama — Minato presta uma breve e cordial reverência que eu logo igualo.

— Minato-san... o que você quer?

— Minha mãe sugeriu que fossemos dar um passeio logo cedo. O que acha?

— Não estou em clima para nada. Ainda mais quando se trata em tentar ser cordial quanto a sua presença.

— Não ficamos acordados que esse matrimônio seria de total desinteresse. Você me entristece com essa negativa.

— Bem, diga então para a sua mãe que sou eu quem não está de acordo com o dito dela — começo meu caminho para encontrar Akemi e lhe desejar um bom começo de dia.

Mas ele continuava lá, parado. Eu, andando de forma a forçá-lo a me seguir ou desistir logo, preferencialmente que desistisse e me deixasse em paz. Se eu pudesse, só conversaríamos quando o matrimônio se cumprisse.

— Izanami... — ele chama, corre para me alcançar. — Você já... presenciou o nascimento da chuva?

Parei para lhe dar tal atenção sobre algo que me interessou.

— Não — agora estou presa pelo interesse. — Quando cheguei, soube que a maldição dos mil anos de calamidades vidava, depois disso nunca mais vi a invocação do temporal. Acredito que depois de dez anos chovendo ininterruptamente, ninguém mais queira ver chuva por um longo tempo.

Ele riu.

— O temporal é necessário para revitalizar o plantio. Hoje choverá sobre as campinas, como é desígnio de Tsuna, ouvi dizer que relva e tomates começaram a crescer por lá. Se quiser presenciar... me acompanhe.

Agora estou seguindo-o por onde vai. Suas pernas longas permitem que ele ganhe certa distância à frente de mim quando seguimos por um corredor estreito por onde vinham três pessoas carregando cabaças de vinho. Ali localizamos uma porta dupla feita de ouro que tinha o kanji do trovão e entramos.

O interior da sala contava com uma escadaria feita no mesmo ouro das portas. Em espiral, nós subimos com o auxílio de um corrimão fino que nos levou para cima até o topo de uma torre fina e descoberta, tão alta que era até difícil de respirar.

As nuvens brancas estavam sobre minha cabeça. Não que eu pudesse tocá-las, mas se esticasse as mãos, estaria bem próximo.

Ali também encontramos um cetro longo de cor azul que tinha uma esfera transparente que Minato acendeu ao dar um peteleco. Então ela começou a luzir com uma faixa cintilante de raios azuis.

O Ultimo Eremita do Trovão (Vencedor #TheWattys2021)Where stories live. Discover now