[Cap.15] Pela estrada de duas vielas.

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Idára ainda se mantinha perturbada com a sensação deestar sendo observada, apenas uma semana de investigaçãoem cima do livreto e não teve nenhum sucesso. Ela esteveperto de todas as pessoas próximas, mas não encontrounenhuma evidência, sentia que poderia ser seus avós, um truque pelas costas, mas nisto não poderia checar.Mantinham distância, neta e avós. Estava com sua últimainvestigada, Acácia, mas lhe era claro que ela não teriaqualquer envolvimento. A fama de roubo vinha da parte desua família, Idára tinha aprendido o bastante que aexpressão de frutos da mesma árvore não batia tão bemquando se ditava família, sendo prova disto. Claro que tinhauma personalidade ambígua, ainda sim era longe de suporculpa a ela.Um rubor subiu no rosto de Acácia e ela se pôs a dizer,direta e rápida, quase não respirando. 

— Temo haver um impedimento no seu coração e isso nãose trata de truques de mágico, não faça piadas, os outrossempre jogam frases deste tipo para qualquer frase que eudiga. 

— O que quer dizer então? — ela frangiu os lábios. 

— Você não percebe Fred? Como ele está adentrando alinha de limite? Ele gosta de você garota! Ele disfarça muitomal está quebrando as regras. Rudá já deve ter observadoisto. 

— O que Rudá tem a ver nesta frase? — Idára foi até oguarda-roupa e trouxe os vestidos para a cama. — Penso queesta regra não se aplica a todos, eu não faço parte dela. 

— Pare de mexer com o traçado dos centenários, quandovocê assumir o circo vai perceber que é até muito fácilquebrar algumas dicotomias, mas que é bem difícil lidar como como as outras pessoas lidarão. Isto explica nossossentimentos e ações e torna tudo mais fácil no circo. Jápensou ter que competir comigo? 

 Estava pronta para responde-la mais gargalhou impedindo que Acácia prosseguisse em seu discurso. 

— Vamos fazer uma troca, você me empresta esse seuvestido roxo e eu lhe ensino um truque. — Acácia então desvioucompletamente o assunto pulou da cama e trouxe umpequeno saco de pano. — Que tapetes são esses? São tãomacios.

— Mãe Ursa me deu de aniversário. 

— Eu não tenho muita empatia por aquela mulher. Elagosta de ficar falando mal de meus parentes, principalmenteo erro de roubar, mas seu passado não é nada melhor. Vocêsabe da fama dela. 

— Ela está sempre de lado. Cometeu algum crime tãograve? 

— Não gosto de acrescentar, mas — se ajeitou na cama eposicionou os dedos a altura do nariz, como juíza observandoo andamento de um caso — seu avô meio que nos propicia aficar longe dela. É estranho, mãe Ursa tem uma estranhapossibilidade de ter consciência, mas permanece aqui, écomo se ela quisesse ficar, mas não fosse tão agradável ao seuavô, e também a mim... 

— Vai me ensinar um truque de mágica? — Idára ainterrompeu. 

— Não sua bobinha! Vamos fazer um truque de cabelo,sabe como são difíceis fazer trancinhas ainda mais em simesma. Vou lhe ensinar um truque para ter trancinhasperfeitas assim como as minhas, não são fascinantes? —Acácia foi atraída para os vestidos. — Novamente, uma troca por esse seu vestido roxo, tenho um truque em mente epreciso ser furtiva, este modelo vai combinar, ninguém daplateia irá me perceber. 

— Haverá muitas pessoas te observando para você manter estaconfiança. 

— Idára, eu trabalho com ilusão. Você vê, mas nãoenxerga. 

O rosto dela tinha se tornado até mais embolado, ela tinhauma voz e jeito penetrante, cansou de ficar sentada na camaa encarando por isto se levantou e ficou balançando o vestidocontra o corpo, rodopiou algumas vezes até parar para seolhar com ele no espelho da penteadeira. 

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