Capítulo 3

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Dias se passaram e rapidamente chegou o tão temido dia para Julienne: o dia de seu casamento. Ela não escolheu nada daquilo, ela não queria aquilo e o casamento seria na Mansão do noivo que ela nem conhecia, que ela nunca viu na vida.

Durante esses dias ela evitou ao máximo engajar em uma conversa com os avós, não ficava no mesmo cômodo por mais de meia hora. E foi assim durante toda a semana. E isso estava destruindo ela por dentro, esse não era o caminho que ela queria ter levando seu relacionamento com seus avós. Ela os amava acima de tudo, mas ainda estava com raiva por ter sido traída e por estar sendo presa a alguém que não foi escolhido por ela.

E se ele for um velho nojento?E se ele me bater?, pensou.

Ela não queria nem pensar nessa possibilidade, sua vida já estava por um fio e ficar imaginando como seria seu futuro marido só piorava tudo.

Ela estava em seu quarto olhando para o espelho segurando as lágrimas, ninguém merecia seu choro. Ela observava seu reflexo enquanto alisava o vestido escolhido pelo seu noivo, ele fizera questão de mandarem entregar em sua casa e ainda trouxe um costureiro caso precisasse ajustar. Foi um dia de grande agonia.

O vestido não era feio ela ficaria até feliz se fosse um casamento ao qual ela quisesse participar e faria com muita alegria, mas não era o caso. Seu vestido era liso de cor creme, apertado na cintura acentuando suas curvas, o tecido era como seda tinha seu próprio brilho e cintilava. Seus cabelos estavam meio presos com alguns cachos soltos e a parte de cima presa, um véu havia sido posto preso em seu penteado ao topo e uma pequena tiara de diamantes em sua cabeça, ele foi bem detalhista quanto a roupa e os acessórios.

- Vamos, querida. Já estamos atrasadas - disse Mônica, a avó, docemente assim que abriu a porta.

- Estou indo! - falou entre dentes soltando um suspiro pesado.

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Assim que chegaram mansão Mônica se apressou em cobrir o rosto de Julienne com o véu deixando a pequena coroa à mostra. Era um ritual deles aue dizia que a noiva deveria entrar com o véu cobrindo o rosto para que somente o marido a descobrisse mostrando assim sua pureza.

Mônica saiu primeiro do carro e em seguida seu marido e por último Julienne. Seu avô segurou sua mão enquanto sua avó a acompanhava ao seu lado. Eles estavam indo para o interior da casa, o jardim, onde seria realizado o casamento.

Chegando lá Mônica entregou a ela seu buquê e foi se sentar lá na frente próximo onde os noivos ficarão.

- Está pronta, filha? - perguntou seu avô enlaçando o braço no dela.

- Não, mas não há muita coisa que eu possa fazer, não é? - diz ela um pouco áspera.

- Eu te amo... Muito. E não queria que as coisas tivessem sido assim para você, pequenina - disse ele. Aquilo foi o ponto forte para fazê-la chorar, mas ela teria que se segurar.

Ela odiava estar assim com os avós, principalmente agora quando mais precisava deles.

- Eu sei, mas não da para mudar agora - diz com dificuldade.

Assim que a orquestra começou eles andaram pela passarela coberta de grama e flores, sua respiração parecia que estava escapando cada vez mais de seus pulmões a cada passo que estava de se aproximar dele, seu noivo, logo ali bem na sua frente, mas ela não conseguia levantar o olhar para ele. Seu medo era maior.

Ao chegarem no final seu avô se despediu e se juntou a Mônica na cadeira. Quando ela se voltou para o seu noivo viu a mão dele estendida e ela relutante lhe cedeu a mão. Ela pode perceber por sua pele que era jovem e o vulto dele ao seu lado de que era alto e bastante musculoso. Pelo menos não era um velho nojento.

O Juiz de Paz começou a celebrar o casamento e quando chegou na hora de dar os votos eles se viraram um para o outro mas Julienne não levantou seu olhar em nenhum momento.

- Andrea Ufagazzi aceita como sua legítima esposa Julienne Scott para honra-la e respeitá-la até que a morte os separe?

- Aceito - disse ele. Julienne rapidamente percebeu que já havia escutado essa voz mas não sabia onde.

- E você Julienne Scott aceita Andrea Ufagazzi como seu legítimo marido para honra-lo e respeitá-lo até que a morte os separe?

- Aceito - fala quase como um sussurro.

- Eu os declaro marido e mulher, pode beijar a noiva - disse o Juiz de Paz.

Logo que ele declarou aquilo Andrea elevou as mãos para o véu de Julienne o erguendo lentamente, aquilo a fez estremecer. Assim que o véu foi posto totalmente para trás ela ergueu a cabeça e olhou diretamente para ele e por ora quase perdeu o fôlego quando o viu, era ele o cara que a levou para seu escritório na boate, aquele que a somente com sua presença a intimidava.

E as palavras dele vieram em sua mente com força total: "Mas irei encontrá-la"

Aquilo não podia estar acontecendo.

A esposa de um mafioso | 1Where stories live. Discover now