Capítulo 10

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Quando ela levantou se lembrou com um susto que tinha o trabalho da faculdade pra entregar naquele dia.

Desceu pro café já encontrando Andrea na mesa. Tinha que tomar coragem e pedir pra ele.

- Preciso te pedir uma coisa - anunciou ela como comprimento.

Andrea olhou pra ela sem emoção. Ele estava com grandes olheiras. Devia ter passado a noite bebendo.

- Mas já? São sete da manhã e você já me pedindo algo?

- Sim -falou ela sem rodeios.

- E o que é?

- Preciso ir pra nova Iorque hoje e o mais rápido possível.

Ele riu. Alto.

- De jeito nenhum. Você nao vai ficar saindo por aí sozinha.

- O que?

- Foi o que você entendeu - ele estava se levantando e indo pra porta. Ela ficou furiosa.

- Olha isso é pra minha faculdade tá! Pode não ser importante pra você. Mas pra mim é. Minha vida virou de cabeça pra baixo e isso é tudo que me resta da minha vida normal. Por favor!

Ele parou quase na porta. Ela viu seus músculos ficarem tensos.

Ele se virou pra ela e falou:

- Nós  partimos em meia hora - a voz estava rouca.

- Nós? - ela perguntou incrédula. Mas é claro que teria um preço.

- Sim, nós. Eu vou junto.

Ela não discutiu. Melhor do que nada. Então ele saiu.

Eles foram no jatinho da máfia pra chegar mais rápido. Durante todo o caminho Andrea mandava olhares pra ela. Ele não tinha ideia do porque concordou com aquilo, mas quando se deu conta ele se viu concordando. Porra essa mulher vai me deixar louco.

Eles chegaram a faculdade a tempo da apresentação do trabalho de Julieene. Que bom. Pelo menos iam embora dali o mais rápido possível.

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Depois que ela apresentou o trabalho, e recebeu um 9.5 de nota -o que era bom -  ela  avistou Betty vindo em sua direção. Ela correu e deu um abraço forte nela.

- Você sumiu - disse Betty - Não atendia o celular nem nada eu fiquei preocupada.

Como Julienne ia explicar pra ela que se casou com um cara da máfia?

- eu tô bem- tranquilizou Julieene - É só que onde meus avós moram não pega celular - ela inventou.

- Que horrível. Você pode pegar uma água pra mim? Eu preciso ir no banheiro, estou naqueles dias - pediu betty.

Com certeza Andra não ia gostar, mas era so uma água afinal de contas.

- Claro.

Julienne estava no bebedouro pegando água pra Betty quando ouviu uma voz atrás de si.

- Ei linda. - ela se virou é viu Thomas.

Era só o que faltava.

- Oi Thomas. Tudo bem? - ela fingiu simpatia.

- Melhor agora -respondeu ele com um sorriso sedutor.

Ela olhou para os lados. O corredor estava vazio.

Ele foi chegando perto. Perto demais. Ela o empurrou.

- Não- ela falou com a voz baixa mas em alerta.

- Porque não? - Ele perguntou prendendo ela na parede e a beijando ferozmente. Ela começou a se debater. A querer gritar mas não conseguia. Ele só prendia mais ela contra a parede. Ela começou a chorar.

Foi então que ele foi puxado de cima dela brutalmente.

Era Andrea.

Os olhos dele só mostravam fúria
Uma fúria vinda de outro mundo. Ela nunca tinha visto algo assim
E aquela fúria se dirigia para.... Thomas. Ah não.

Andrea começou a desferir vários socos em Thomas. Então pegou uma arma e atirou.

Ela olhou pra ele incrédula.

- O que vc fez?

- Você tem noção do que você acabou de fazer? - disse a ela olhando para o corpo de Thomas estendido no chão.

- Não temos tempo para isso. Vamos - disse Andrea pegando ela e pondo em seu ombro correndo para o carro estacionado atrás da escola. Ele precisava ser rápido e não podia arriscar deixar Julienne atrapalhar sua fuga, não sabia se ela podia correr tão rápido quanto ele.

Assim que entraram no carro eles começaram a discutir enquanto fugiam para o jatinho.

- Você ficou louco? Achei que a Máfia fosse uma organização secreta e não que matassem pessoas aleatórias no meio de um corredor escolar - esbraveja Julienne gritando com Andrea.

- Porra, Julienne. Cala a boca! - disse Andrea gritando de volta. Ele não iria admitir que ao vê-la vulnerável nas mãos de outro homem o enlouqueceu e o fez agir por impulso, ele nunca mataria alguém assim em um local público onde poderia ser descoberto, mas Andrea é orgulhoso demais para dizer tal coisa.

- Quem você acha que é para matar alguém sem motivo - gritou ela já se arrependendo do que disse.

- Eu sou o re d'Italia, e faço o que eu quiser onde eu quiser. Compreende? - diz Andrea duro sem nenhuma expressão no rosto.

- Você pode ser o que for da Itália, mas aqui não é seu território. Você não pode fazer o que quiser onde não lhe convém - fala Julienne gritando. Ela estava se esforçando muito e isso não era bom para o seu quadro de saúde.

De repente ela começa a sentir uma dor aguda no peito e elevou sua mão para o local da dor, ela se curvou sentido o coração parando. Quando Andrea viu aquilo seu corpo entrou em alerta, ele não sabia o que estava acontecendo e por instinto se aproximou dela pondo a mão em suas costas querendo saber o que se passava.

- Julienne, o que está acontecendo? - pergunta segurando o rosto dela em sua mão para olhá-la melhor.

- Eu tenho problema no coração e não posso fazer esforços ou passar por uma situação de estresse ou discussão - fala ela com dificuldade.

- Merda, Julienne. Porque não disse isso antes? - falou Andrea sentindo seu corpo estremecer ao pensar o pior.

- Eu acho que vou... - tentou dizer mas não conseguiu, seu corpo enfraqueceu e viu tudo escurecer a sua volta.

Andrea observou o corpo dela caído ao seu colo e nesse momento ele sentiu desespero, não sabia o que fazer a única coisa que pensou foi em levá-la para o hospital. Ele estaria correndo risco mas ele precisava salvá-la, precisava dela viva. Seu corpo ficou tenso e só conseguia pensar em uma coisa: Ela não pode morrer.

A família possuía um médico particular mas naquele momento não tinha muito o que fazer, ele tinha que obter resultados o quanto antes.

- Hugo, dê meia volta, vamos para o hospital. Rápido - disse autoritário com sua voz firme e potente.

Ele só não sabia dizer se era porque temia sua própria vida ou porque temia pela vida dela.

A esposa de um mafioso | 1Where stories live. Discover now