6 - coração invisível

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Não bastasse a perna direita sendo devorada, ainda relutante, Weisel se debatia para que a coisa parasse de atacá-lo, o que resultou em uma mordida em seu braço esquerdo, onde teve o mesmo arrancado pelos dentes do animal. Era um sofrimento repugnante ser devorado vivo...

Os olhos dele se abriram e Weisel estava em um quarto com paredes brancas, uma cama bem macia e um cobertor ciano. Se tocou por inteiro, olhava o braço; nada por aqui...olhou a perna e estava tudo tranquilo.
Algo o fez ter um pesadelo terrível, mas o que foi aquilo? E por quê um lobo? Nesse momento Yeud entra no quarto:

- você dormiu por longas oito horas...diria que pra quem se cansou, é normal, mas você mal respirava...
- Yeud...eu...eu tive um pesadelo, sonhei que estava sendo devorado por uma besta...um lobo com pelos de prata...estranho pois a bebida era pra despreocupar..não? - perguntava ele, se sentando na cama e olhando pro chão.

- algo lhe fez um efeito reverso...estranho pois nunca ouvi falar que isso é possível...

Nesse momento, um dos serventes entra no quarto:
- senhorita Yeud, o general Noglan solicita a presença de todos na sala de reuniões!
- já estamos indo! - disse ela, ainda um pouco preocupada com o estado de Weisel.

Na sala de reuniões, a imagem que temos é a seguinte: na mesa branca com detalhes azul e prata nas bordas, estava um mapa enorme, com alguns destinos traçados; o general olhava para o mapa, com uma expressão serena; ao seu lado, Hilt permanecia quieto, apenas olhava a mesa; Vínur também estava lá, porém parecia surpreso com tudo aquilo. Weisel e Yeud chegaram e se juntaram a eles, aguardando as ordens do general Noglan.

- muito bem, minha equipe de busca como todos sabem, já vasculhou os quatro cantos de cada bairro de Gigas - continuava - no entanto, há um lugar o qual não fomos ainda, e por devidas ordens, sabemos que nem se quer poderemos ir até lá; estou falando do reino de Kalithos.

A expressão do general era muito fria enquanto dava suas explicações, palavras que apesar de decisivas, surtiam efeitos e mais efeitos de curiosidade em Weisel.

- o quê?! Temos mais um lugar para procurar e simplismente não vamos até lá por qual motivo? - questionava Weisel elevando o tom da voz.

- confesso que também fiquei curioso...sei que em Kalithos há uma armada tão poderosa quanto aqui em Jyen...mas o por que não poderiámos ir até lá já que também é uma pista? - questionou Vínur.

- tenho minhas teorias...mas talvez isso envolva algo sobre as decisões do imperador..certo general Noglan? - perguntou Hilt, olhando sériamente para Noglan.

- Weisel! - dizia Yeud o corrigindo - não fale de tal forma com o general, vulgo meu pai! E sim...provavelmente a ordem envolve a cultura da família de Kalithos...

Todos olhavam pra mesa, essa era uma informação um tanto estranha, como assim uma ordem para que não fossem lá, uma vez que o general da infantaria de Jyen havia decretado emergência? Bem...tais respostas ficaram a cargo do próprio as dizer.

- muito bem, em Kalithos temos a família real Krat. Sibertian Krat, o imperador, ordenou há dezessete anos atrás, que uma atividade de proteção fosse estabelecida no bairro de Kalithos, onde nenhum membro da família real pudesse ser tocado por cidadãos de fora, os transeuntes das cidades, ou qualquer outro que não tivesse o sangue da família. Quando enfermos, os mesmos solicitavam um alto escalão de clérigos de Jyen para que esses os curassem e até mesmo ensinassem algumas técnicas de magia, claro que a cura não estava no DNA dos Krat, o que gerou certos conflitos por questões de desempenho de funções na época, ainda mais depois da morte do médico mais famoso de Jyen: o doutor Camillo Reary... - o general finalizava a explicação - quanto ao motivo por não podermos tocar eles...de fato é uma das maiores icógnitas que vem causando dúvidas durante todos esses anos...

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