9 - uma tempestade de ossos

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Noglan se aproximou do soldado prisioneiro, e segurou em seu pescoço:

- vamos, me diga quem mandou você aqui, caso contrário eu terei de arrancar as informações...e acredite, deixarei você vivo com um pesadelo eterno no cérebro, e com dores reais pelo mesmo! - dizia em um tom firme e assustador.

- mas que intimidador o general da infantaria... - debochou o preso - acha mesmo que me assusta? - nesse momento, Weisel passa na frento do general e soca a face do guerreiro, fazendo o mesmo cuspir sangue e alguns dentes.

- meu...meu mestre foi sequestrado junto com outras centenas de vidas para um tipo de experimento bizarro...e sim, você vai contar pois eu estou determinado a tirar víssera por víssera até encontrar meu mestre Shen! - saiam lágrimas de seus olhos, Weisel não aguentava muito segurar a sensação de saudade e incerteza. Toda essa insegurança era transmitida por sua voz trêmula, o prisioneiro suspirava.

- Shen? Quem diria que o poderoso Shen ainda tivesse alunos vivos, pois sua fama é de que seus treinos abusivos costumam matar...mas tenho uma notícia péssima pra você meu garoto, ele pode já ter virado ração pros cães do meu chefe... - dizia babando "rios"de sangue

- morra!! - gritou Weisel carregando uma onda de choque em seus punhos e indo em direção ao sujeito, quando escuta a voz de Yeud:

- não! Pare já! Esse idiota é a chave para irmos até o Shen, use a cabeça Weisel! - fazendo o mesmo apenas suspirar de ódio e ser afastado dali aos poucos por Vínur, que segurou bem firme em seu braço.

- se afaste desse lixo, chegaremos até seu mestre... - dizia Vínur para Weisel.

Hilt se aproxima do cavaleiro sem dizer uma única palavra, retira de seu sobretudo uma senbon (agulha de acupuntura) e aproxima a mesma do ouvido do prisioneiro.

- o...o que vai f...fa..fazer? - dizia o mesmo gaguejando de medo por uma possível tortura.

- eu vou brincar de negociar - dizia Hilt em um tipo de "chantagem" e sonda - você me diz onde é sua base, e eu não vou enfiar essa belezinha dentro de você, o que me diz? - ele olhava dentro do olho do prisioneiro.

- eu...eu n..não vou dizer não importa o que faça!! - insistiu em gritar.

- olha...acho até bacana sua força de vontade mas...temos pressa! - o detetive termina sua frase vendo gotas e mais gotas de sangue voarem na frente de seu rosto, a senbon adentra o ouvido do prisioneiro que cai no chão com a dor, de olhos abertos, provavelmente via tudo quando a agulha perfurou praticamente o interior de sua cabeça.
Vínur olhava com os olhos arregalados para a cena que viu, Yeud apesar de ser uma guerreira, também se espantou, Weisel apenas olhava sem muita compaixão, e o general Noglan olhava de forma neutra.

- bem, nem tudo está perdido...eu creio que desta forma alguma região do cérebro dele ainda tenha resistido... - se aproximava o general, se ajoelhando e pondo suas mãos na face do guerreiro jazido - posso ver...vejo símbolos...estranho pois maioria são escritas indecifráveis para mim, mas tem uma imagem... - Noglan estava lendo os restos de conexão mental do guerreiro, enquanto ainda era tempo.

- papai...onde é? - perguntava Yeud. Ela segurava seu rosário nas mãos como se tentasse centralizar uma prece.

- a imagem que vi se tratava de um hipogrifo em cima de um crânio. Ele com certeza deve estar relacionado a tal base...- respondia o general.

- e então..como chegaremos até lá? - pergunta Vínur.

- não tenho mais energia alguma pra fazer varreduras...Yeud, alguma coisa? - pergunta o general Noglan a sua filha.

- papai... Eu acho que esse lugar fica nas colinas de Lagunakren.. - disse ela meio receiosa ao pronunciar o nome do lugar.

- esse lugar ainda existe? Me lembro que meu mestre me falava sobre ele... Dizia Weisel cruzando os braços e se encostando em um pilar, como se fosse se preparar para contar uma história - ele disse uma vez que um alquimista conseguiu replicar a si mesmo, e tentou usar essa tecnologia para ajudar na medicina, porém, ele foi acusado de profanar os segredos do templo local chamado de Lagunakren, um lugar bem perto de Zadur que guarda vários pergaminhos e ítens mágicos os quais eram confiados aos guerreiros de lá, como tratado de paz com Jyen, já que era um templo neutro para os dois locais... - Weisel parecia preocupado - ele disse que um dia houve uma explosão e o templo desabou, ficando apenas ruínas, e logo em seguida uma fortaleza de pedra se erguiu no lugar, onde segundo o que dizem, ninguém jamais entrou lá devido aos desafios de segurança...me lembro dele mencionar a tal besta como guardiã...como não me lembrei... - encostava a cabeça na parede ao falar.

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