17. Uma bela amizade começa

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No dia seguinte acordei atrasada por ter ficado até tarde andando de Lamborghini com meus pais. Eles, por sinal, fizeram questão de dirigi-lo, sendo papai, que se mostrou tão contrário ao fato de eu acelerar meu conversível, quem atingiu a maior velocidade. Gostaria de ter me levantado às oito para organizar os preparativos para a chegada de Megan e nossa maratona de filmes horríveis, mas meu sono tinha outros planos. Acordei às nove e meia e precisaria sair às dez, ou seja, eu não conseguiria fazer absolutamente nada. Dei um imenso suspiro antes de jogar as cobertas para longe e me levantar da cama. Uma vez sentada, joguei os braços para cima e me espreguicei. Depois, me espreguicei de pé, então segui para o banheiro. Sai rápido, pois estava com o tempo contado e precisaria tomar banho à noite. Desci em direção à cozinha para tomar meu café da manhã.

– Bom dia, dorminhoca – cumprimentou mamãe quando cheguei, tirando um bolo, que para a minha eterna felicidade era de chocolate, do forno. Mamãe raramente cozinhava, e ela sabia fazer bem menos coisas que papai, mas, quando decidia fazer alguma de suas especialidades, ficava delicioso
– Bom dia – minha voz saiu engraçada devido ao bocejo que dei enquanto falava
– Nossa, – disse papai – ainda bem que fiz café
– Obrigada – olhei para ele com gratidão
– Não há de quê! – ele piscou um olho para mim e eu ri enquanto me sentava à mesa de quatro lugares com tampo de vidro que ficava ma cozinha
– Servida – disse mamãe, colocando a boleira de vidro texturizado no centro.

    Eu estava salivando com aquele aroma. Papai também colocou minha caneca preferida, do gato risonho de Alice no país das maravilhas, fumegando com um cappuccino bem consistente, do jeito que eu gostava. Cortei uma fatia generosa do bolo e, para a minha surpresa, salt caramel escorreu.

– Obrigada! – eu estava praticamente pulando na cadeira enquanto trazia a fatia, o mais rápido possível para o caramelo que escorria não pingar, para o meu prato. Nunca fui tão grata pela velocidade vampírica quanto naquele momento
– Acho que Ness ganhou o dia dela, meu amor – comentou papai rindo
– Ganhei mesmo! – eu não olhava para eles, toda a minha atenção estava no bolo que eu estava prestes a cortar e no garfo que o levaria à minha boca.

Mamãe, sentada ao meu lado, gargalhava. Coloquei o garfo na boca e, assim que o chocolate e o salt caramelo encostaram em minha língua, não tentei evitar o suspiro de felicidade ao sentir aquele sabor divino.

– Meu Deus, está maravilhoso. – lambi os lábios
– A bagunça também está maravilhosa – mamãe ainda ria e levou um guardanapo ao meu queixo que, pelo visto, estava com caramelo
– Enquanto a caçada é limpa, – papai jogou a cabeça para trás de tanto de rir – Ness não consegue comer uma batia de bolo sem se lambuzar
– Está bom demais para que a sujeira se atenha à minha boca – ri junto deles e precisei esperar alguns instantes antes de tomar um gole do cappuccino que também estava muito bom. – Obrigada, papai, o cappuccino também está ótimo
– Não de quê, meu anjo. – ele piscou um olho para mim
– Só não vá derrubar. – provocou mamãe
– Rá rá – tentei dar uma risada debochada, mas falhei lindamente, meus pais gargalharam ainda mais e, claro, eu também não tive condições de me levar a sério
– Disse a pessoa que era um perigo a si mesma e a todos ao redor. – alfinetou papai e mamãe fez uma careta para ele – Estou mentindo?! Querida, você derrubava tudo e a si mesma com uma frequência que eu não sabia ser humanamente possível
– Ah! – mamãe abanou a mão, dispensando o comentário – Eu surpreendia até a mim mesma com a minha capacidade de ser desastrada
– Vocês comentam tanto disso, – falei após engolir mais um pedaço e tomar outro gole de cappuccino – que eu queria muito que tivesse um registro para ver
– Não queria, não. – disse mamãe rindo
– Queria, sim – dei um sorriso travesso para ela
– Renesmee, – começou mamãe, tentando parecer séria – se você me visse como humana, caindo a cada passo, jamais me levaria a sério
– Isso é verdade – comentou papai, prestativo. Mamãe bateu no braço dele e nós três rimos muito

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