8. Novo membro

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Estava claro para mim que Seth não tinha nada melhor para fazer em uma manhã de sábado, já que ele achou que me ligar às seis horas da manhã era algo divertido. Me assustei com a vibração do iPhone contra a minha mesa de cabeceira branca e precisei de um momento para me situar. Estava em meu quarto, o dia estava claro e a última coisa que eu me lembrava era o volvo de papai e a estrada coberta de árvores que levava à minha casa. Bocejando, peguei o celular da mesa de cabeceira e me vi esganando Seth em minha mente porque eram seis horas da manhã de um sábado e ele me acordou:

– O que você quer?
Bom dia, flor do dia, que bom que acordou de bom humor ele estava com um ótimo humor pelo jeito
– Seth, – rolei na cama e me deitei de barriga para cima – são seis horas da manhã. – pressionei a parte inferior da palma da mão contra o olho direito – Por que você está acordado a essa hora?
Uma das meninas está com os sintomas da transformação e as duas matilhas estão ajudando ela. ele deu uma pausa, claramente percebendo algo que havia deixado escapar – Apesar de ser só a nossa matilha que tem uma mulher
– E o que isso tem a ver comigo, para que me acorde às seis horas da manhã? – eu estava indignada, só precisaria acordar às oito e ele estava estragando meu sono
Nadinha! naquele dia iria ter churrasco de lobo. Estava decidido. Pelo tom de Seth, além de estar sorrindo, ele deu de ombros – Só queria ouvir sua bela voz essa manhã senti um frio em meu estômago, mas atribui isso ao mau humor e, provavelmente, à minha fome matinal, que era a maior de todas, que deveria estar apontando
– Não podia ter esperado até às oito? – bocejei de novo e fiz questão de que fosse alto
Cruzes Ness, vai dormir. Bocejando desse jeito você acordar até os mortos gracejou
– Eu te mato assim que chegar aí – anunciei porque, estava mais do que óbvio, ele tinha me ligado, única e exclusivamente, para me acordar
Não mata, não! se eu conhecia bem o meu amigo, e eu conhecia, ele cruzou os braços da melhor forma que pode – Você não vive sem mim
– Isso é o que veremos amanhã, já que você não estará vivo para vê-lo – rosnei
Ah, deixe de drama! ele teve a audácia de estalar a língua! – Estamos só acabando de explicar à garota como as coisas funcionam e vou passar aí para te buscar, mais ou menos, às oito
– Às dez. – eu não iria ceder, ainda tinha uma hora e quarenta e cinco de sono e eu iria aproveitá-la – Como foi combinado
Se você insiste... o tom de Seth fez com que eu me sentasse
– Seth...
Preciso ir, até daqui a pouco e ele desligou

Desabei de costas contra o emaranhado de travesseiros, de pena e ortopédicos, sobre o qual eu dormia, me espreguicei e coloquei o celular de volta em minha mesa de cabeceira. Me acomodei novamente no centro da cama e fechei os olhos. E eu não consegui dormir. Já estava desperta. Eu mataria Seth e isso não tinha negociação. Com um resmungo, me contorci no colchão enquanto espreguiçava mais e embolei as cobertas, como sempre. Me levantei da cama, espreguicei mais uma vez, e fui ao banheiro. Lavei o rosto na água gelada para terminar de acordar e escovei os dentes. Peguei o meu hidratante facial, que ficava na prateleira de vidro abaixo do espelho e o passei. De volta ao meu quarto, olhei a temperatura que faria no dia, mais por costume do que por curiosidade, estávamos no verão e eu sabia que não teria muita oscilação térmica no dia. Além disso, eu era tão suscetível às mudanças de temperatura quanto qualquer outro vampiro. Como eu havia previsto, faria calor e, surpreendente o sol brilharia. Era a segunda vez que isso ocorria na semana. Era um verdadeiro milagre em Forks.
   Escolhi short jeans com uma camiseta cinza e tênis all star branco de cano baixo. Também coloquei um casaco de linho que batia três dedos acima do meio da minha coxa, pois em La Push ventava bastante e eu amava casacos, então, sempre que podia, dava um jeito de usar. Me sentei em minha penteadeira, passei rímel em meu cílios, deixando-os ainda mais longos que o usual, tracei uma linha fina com o delineador em estilo gatinho, rente aos cílios superiores, passei a base e o pó. Para finalizar, apliquei um pouco de blush. Soltei os cabelos da trança que eu usava pra dormir e, inclinando a cabeça para trás, os baguncei para soltar as ondas. Me olhei no espelho e fiquei satisfeita com o que vi. A roupa valorizava as novas curvas de meu corpo, e eu estava impressionada com o desenvolvimento da musculatura de minhas pernas e braços, que estavam mais firmes e desenhadas, ainda que, graças a Deus, não estivessem hipertrofiadas. Os treinos com meus tio e meu pai estavam rendendo resultados rápidos.
   Meu estômago roncou tão alto que eu temi que meus parentes na casa Cullen pudessem ter escutado. Então, desci para tomar o meu café da manhã. Assim que entrei na cozinha e dei um beijo de bom dia em meus pais, papai perguntou:

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