Fifty Shades Of Blue • Larry

Chapter Two: Hungry

Espero com paciência Tomlinson mexer em algumas pastas que havia sobre sua mesa enorme e extremamente arrumada.

Seu escritório estava silencioso desde o momento que sentei na cadeira que era estofada com couro preto. A única coisa que podia ser ouvida era os sons de folhas de papel raspando uma na outra, e se prestasse atenção, também era possível ouvir minha respiração um pouco acelerada. Encaro a vista de Londres através da grande janela. Tentando de algum jeito me distrair da presença autoritária do homem que estava em minha frente. Homem esse que era extremamente bonito. O que não estava me ajudando.

— Então, Sr. Styles... — Diz, me retirando dos meus devaneios. O vejo encarar um papel que pôs separado do resto. — Você terminou a faculdade de literatura inglesa recentemente, estou certo?

— Sim, Senhor. — Respondo.

Rapidamente atraio sua atenção, fazendo-o me olhar nos olhos. Seu rosto estava com uma expressão mais intimidadora que o normal e parecia um pouco rígida. Sua franja lisa caía parcialmente sobre seu olho esquerdo, cobrindo-o como uma cortina e o escondendo de mim. Apesar disso, evidentemente, consigo perceber as pupilas dos seus olhos azuis se dilatando conforme os dedos das suas mãos se entrelaçavam por cima da mesa. Sua imagem parece um tanto sombria.

Nossa. De imediato sinto meu corpo responder ao seu gesto, me deixando confuso. Eu conseguia sentir perfeitamente meu sangue fervendo como fogo, apenas com o olhar misterioso e quente que me era lançado.

Se concentre, Harry. Você quer um emprego, você precisa de um emprego, e não sentar no homem na sua frente. Que, pasmem, tem chance de ser o seu futuro chefe! Escuto minha consciência gritar.

Se bem que se eu tivesse a chance, iria sentar com tanta vontade nesse homem que a minha bunda provavelmente iria ficar doendo. Arregalo os olhos, chocado com oque acabei de pensar. Rapidamente me repreendo por imaginar coisas tão imorais no meio da minha entrevista de emprego, que para piorar, era com o próprio dono dos meus pensamentos eróticos.

— Interessante.— Passa o polegar lentamente sobre seus lábios rosados, me analisando com o seu olhar um tanto... faminto. A mão que ainda continuava em cima da mesa se fecha em um punho, concentrando agora o seu olhar na minha boca. Suspiro. Por um segundo, penso que ele poderia estar lendo meus pensamentos inoportunos. Mas logo volto à vida real e vejo que isso é algo impossível de se fazer. Graças a Deus.

Respiro fundo bem discretamente. Sinto minhas pernas bambas por algum motivo que eu não fazia ideia.

Fazia sim!

— Está disposto a trabalhar para além do seu horário?— Pergunta, com a voz quente e rouca. Volto minha atenção para seu rosto e suas perguntas, esquecendo por um momento as coisas impuras que eu estive pensando. — Fazendo noites, ou até mesmo fins de semana?

— Sim, claro.— Respondo prontamente enquanto mexo em um cachinho do meu cabelo, nervoso.- Se caso for necessário e se a empresa ou o senhor precisar, eu estarei disposto.

— Bom.— Diz simplesmente, ainda me encarando com uma expressão que eu não consigo entender o que poderia significar, e então volta sua atenção para o papel na mesa. Provavelmente deveria ser o currículo que mandei para cá algumas semanas atrás. — Estaria disposto viajar a trabalho, para me acompanhar?

— Com certeza, Senhor.

Mais uma vez, seus dedos se apertam um no outro. Ele parecia tentar controlar alguma coisa... ou aliviar. Será que tem haver com algo que eu disse?