Chapter Ten: In Your Voice

36.1K 3.1K 3.3K
                                    


N/A: Para uma melhor experiência, indico lerem ao som da música que está na multimídia. Não se esqueçam de comentar e votar. Boa leitura! :)

×××

Um som suave, porém forte e alto o suficiente para me fazer abrir os olhos, devagar, acordando-me de meu cochilo. Assim que minha visão se foca, percebo que ainda estou deitado na cama do quarto azul de Tomlinson, sozinho. Mas, agora, com um edredom verde escuro cobrindo meu corpo ainda nú.

Aquele som... provinham de um piano, provavelmente o que eu vi perto da cozinha quando cheguei aqui. Percebo que a porta do quarto estava aberta, me concedendo a vista do corredor iluminado pelas lâmpadas brancas. Me pergunto que horas eram.

Levanto-me da cama, passando o edredom por cima de meus ombros e rodeando meu corpo para o cobrir por completo. Saio do quarto descalço e em passo lentos, um pouco preguiçosos. Desço as escadas sentindo o chão gelado sob a sola de meus pés, e prestando atenção no relógio cinza grudado na parede que havia ao fim dos degraus. Era 2:15 da madrugada.

Ando mais um pouco, até que finalmente o vejo.

A imensa sala estava escura, sendo iluminada unicamente pelas luzes de Londres que vinha das grandes janelas que ali tinham. Tomlinson se encontrava tocando as teclas do piano, com a cauda preta reluzindo a pouco luminosidade presente. O som era melancólico, suave e tão... intenso, me trazendo um sentimento que não consigo dizer em palavras o que significa. Era algo forte, triste.

O rosto de Tomlinson estava voltado para baixo, fazendo seu cabelo liso cair sobre sua testa e olhos. Cobrindo-os de mim, me proibindo de vê-los. Estava sem camisa, deixando seu torso nú à vista. Usava somente uma calça moletom cinza, ou poderia ser branca, mas a pouco iluminação dificultava minha visão. Seus dedos tocavam as teclas do piano, ora suave, ora com raiva, descontando algo de dentro de si que eu não fazia idéia do que poderia ser.

Chego mais perto, tentando anunciar minha presença sem precisar falar e atrapalhar seu momento tão intenso e pessoal. Se ele percebe ou não, simplesmente ignora e continua tocando. Apoio meus cotovelos na cauda longa do piano, prestando atenção nele. Agora mais de perto, olhando seu rosto, ele parecia sentir dor. Uma dor aguda, que as vezes o fazia tocar nas teclas com uma certa força. Era algo bonito e doloroso de se observar.

Mais uma vez minha curiosidade se faz presente, fazendo pergunta-me mentalmente o que de tão ruim aconteceu com Louis.

— Eu acordei você? — Escuto sua voz baixa, distante. Volto minha atenção para ele, deixando de lado minhas perguntas sem respostas e percebendo que ele havia parado de tocar.

— Uhum, mas isso não me incomodou.— Digo, sendo sincero. — Você toca bem, Sr. Tomlinson.

Ele sorri de lado, apenas por poucos segundos, para então voltar a ter aquela sua expressão vazia que sempre parecia carregar consigo.

— Pode me chamar de Louis, se quiser. Meu nome em sua voz fica bonito.

Aceno com a cabeça, aprofundado as covinhas na minha bochecha em um sorriso. Por que sinto que tem algo à mais por de trás do que ele disse?

— Vem aqui. — Me chama, estendendo a mão, a qual eu aceito de bom grado. Sento em seu colo, sentindo seu braço direito envolver minha cintura. — Eu não machuquei você, não é?

— Não mesmo, Louis! E, por favor, não se preocupe com isso. Você me deixou bastante satisfeito. — Solto uma pequena risada ao terminar de falar.

Fifty Shades Of Blue • LarryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora