[17] Fim de outono

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Att surpresa! 

Fazia um tempinho que eu não aparecia aqui. Feliz ano novo! 

Vamo lá (leiam as notas finais por favor). 


🛹


[17] Fim de outono


Era incrível como o tempo podia passar, gerações nascem e morrem, mas algumas coisas são imutáveis. Por exemplo, Jungkook e Jimin tinham a insuportável mania de se unirem contra Taehyung para proporem péssimas ideias e arrastarem o acastanhado para aquelas furadas. O NoName Bar era um bom exemplo daquela tradição do trio. 

Anos depois, a história se repetia. Tete só rezava para que fosse de um jeito menos catastrófico dessa vez. 

– Eu nunca vou perdoar vocês – deu chilique pela quarta vez desde que chegaram ao tal festival imperdível.

Taehyung adorava eventos de música, este não era o problema. Se fosse verão, no sol escaldante e insuportável de julho, não estaria reclamando. Mas era quase inverno, os termômetros marcavam temperaturas suficientes para fazer nevar. E mesmo assim lá estavam os três, no frio que fazia até seus ossos doerem, esperando algum rapper estrangeiro que Tete sequer conhecia subir no palco. 

Estava devidamente agasalhado: com luvas, cachecol, touca, máscara cirúrgica, duas blusas de manga cumprida e seu novo sobretudo verde preferido. Mesmo assim, não estava aguentando aquele vento cortante que passeava pelo campo aberto e íngreme. O palco ficava no fim do barranco, lá embaixo onde mais pessoas se acumulavam. 

Seu desejo era matar Jimin e Jungkook, pois os dois pelo menos conseguiam se aquecer um pouco mais do que ele estando agarrados o tempo inteiro.

– Ah, pare de ser tão ranzinza – reclamou Minnie, se aconchegando mais contra o tronco largo de Kookie, que o abraçava por trás, as mãos debaixo do poncho laranja que o loiro usava. – É a primeira vez que saímos juntos! Vamos curtir e aproveitar.

 – É fácil dizer isso quando fica agarrado ao Jungkook desse jeito. 

 – Eu te disse para chamar Seokjin. 

  – Seokjin?  – Jungkook repetiu confuso.

Taehyung revirou os olhos sem paciência para explicar sua história complexa com o advogado, mas manteve-se firme ao lado do casal, olhando para o palco a uma boa distância deles. Ainda tentava se acostumar com todo aquele contato físico entre os outros dois. Claro que aquilo sempre existiu, mas agora estava mais intenso ainda. Se antes era difícil mantê-los afastados, agora aparentemente eles quase se fundiam um ao outro, era incrível como não tinham medo de se amarem em público. Talvez porque Jungkook quebraria os dentes de qualquer um que ousasse tentar ofendê-los. 

Mordeu a parte interna da própria bochecha, numa tentativa de refrear sua curiosidade de virar para os dois e questionar "E aí? Estão fodendo? E o Taemin?", mas sabia que se fizesse isso o loiro baixinho provavelmente o esganaria ali mesmo, na frente de todo mundo. Aparentemente o garoto dos cabelos vermelhos já não era um grande problema para eles. 

– 'Tá legal – falou sem tentar transparecer seu desânimo, suspirando alto. Virou-se para o "casal" meloso, fitando o sorriso enigmático de Jimin enquanto JK sussurrava algo no pé de seu ouvido. Aumentou o tom de voz para chamar a atenção deles. – Eu vou comprar uma cerveja  – apontou com o indicador para o bar aos fundos.  –  Alguém quer?

BELISÁRIO Where stories live. Discover now