BELISÁRIO

[5] Um estranho no ninho

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[5] Um estranho no ninho

Existiam algumas coisas que deixavam Park Jimin constrangido: chegar sozinho em uma festa aonde não conhecia ninguém, jantar em um restaurante desacompanhado e apresentar trabalhos na frente da turma inteira.

Estava, naquele momento, em uma situação análoga. Dessa vez, no entanto, encontrava-se sentado na mesa de um bar, num sábado à noite, completamente só.

P.J:

l Cadê você????

[Enviado às 22:36]

Repousou seu Iphone em cima da mesinha de vidro. Manteve a tela do celular sob sua mira, aguardando a resposta enquanto, ansioso, cutucava o lábio inferior. Arrancava algumas peles dali, pois sua boca estava um tanto ressecada.

Estava ali, plantado como um infeliz fazia cerca de 40 minutos. Isso porque chegou atrasado propositalmente. Estava cansado de ter ficado jogando com Taehyung até às cinco da manhã. E mais, sua vontade era de não ter ido.

Como havia dito para o melhor amigo durante a madrugada, as coisas andavam... complicadas.

Lee Taemin:

l Não vou conseguir ir. Desculpa avisar só agora

[Recebido às 22:48]

Jimin bufou, descontente. Deveria ter ficado em casa, se era para ser enrolado daquela forma.

– Por favor, me vê uma cerveja?

– Qual marca gostaria, senhor? – questionou a garçonete, que o olhava com certa pena.

"Que ótimo, 'tá tão claro assim que eu fui abandonado num bar sábado à noite?". Pensou mal humorado.

– Ah, pode ser uma Heineken. Long neck.

Enquanto bebericava sua bebida, sem muito ânimo, decidiu dar uma olhada em suas redes sociais. Levantou as sobrancelhas ao ver que Taemin não pôde se fazer presente porque estava muito ocupado na casa de um de seus amigos do teatro.

Como ele teve coragem de fazer aquilo? Foi ele que o chamou! Fora Taemin quem insistiu o dia inteiro para que se encontrassem. As milhares de mensagens ansiosas do garoto fizeram com que Jimin demorasse algumas horas para responder suas súplicas aflitas.

Era uma pena, entretanto, o bar era muito bonito. Tinha um conceito clean, com uma parede completamente tomada por um jardim vertical, deixando o ar fresco e o ambiente descolado.

Taemin tinha um bom gosto para restaurantes e bares, jamais negaria aquilo.

Esfregou a mão em sua testa, fez muito esforço para não responder o story do garoto com um emoji de um "joinha".

Mas não fez nada, pois sabia que estava apenas plantando tudo o que colheu. Não era a vítima naquela história.

O que começou como sexo casual para ambos, acabou por se desenrolar em algo mais sério, apesar de nunca ter sido oficializado. Aqueles beijos despretensiosos que Jimin, como um jovem adulto de dezessete anos gostava muito de dar, se transformaram num pseudo-relacionamento que já durava quase um ano, ele não sabia.

Tinha a plena ciência de que Taemin gostava dele. Não. Gostar não era a palavra certa... Taemin o amava. Apesar de nunca ter dito com todas as palavras, talvez por medo de não ser correspondido, Jimin sabia.