[3] O bolo desperdiçado

392 66 313
                                    


🛹

[3] O bolo desperdiçado


Festas de aniversário eram sempre divertidas. Taehyung particularmente gostava daquelas datas comemorativas. Serviam para reunir os amigos, assim tendo a oportunidade de relembrarem bons momentos e produzir novas lembranças.

Não conseguia deixar de se sentir animado, apesar da celebração da vez ser de Namjoon. O irmão havia sido legal e o permitido convidar dois amigos, por pura e espontânea pressão de mamãe. Óbvio que chamou Minnie, e à pedido do mesmo, um tal de Taemin, um carinha com quem o loiro andava se roçando por aí nos últimos dias.

Por estar animado – fazia um tempo desde sua última festinha – acabou se produzindo mais que o normal. Quem o via em seu dia a dia, encontrava-o sempre com suas blusas lisas, geralmente alternando entre o branco, o verde e o laranja, sempre com um ou dois furos nos tecidos um tanto surrados, decorrentes de suas caídas do skate. Tinha uma certa fissura em usar eram meias erguidas sempre até o meio das canelas, com diversos desenhos estampados. Sua preferida era sua meia de fundo azul, com vários pombos bordados pela extensão do pano.

Naquela noite, entretanto, optou por uma blusa social preta com diversos detalhes delicados em branco, criando uma teia bonita de um desenho abstrato. Colocou uma calça da mesma cor base. Arrumou o cabelo castanho, seus fios demasiado longos cobriam um pouco seus olhos, então decidiu puxá-los para o lado, mostrando um pouco de sua testa que não via a luz do sol há tempos.

Se sentia bonito, suas orelhas recém furadas com brincos de argola com circunferência justa, auxiliavam-no naquele sentimento.

Ainda se encarava no espelho de seu armário, quando ouviu duas batidinhas na porta.

– Entra aê!

– Taehyung, pare de falar assim – ouviu a voz de sua mãe, que colocou a cabeça para dentro do quarto, com a porta entreaberta. – Minha nossa! 'Cê 'tá lindo.

Sorriu, observando sua querida mãezinha pelo reflexo, agradecendo com os olhos.

– Já está indo, fofinha? – utilizou o apelido que sabia que sua genitora adorava.

– Uhum. Fique de olho nesse pessoal que vem aí. Não deixe que eles quebrem nada. Soube que virão uns colegas de trabalho de Joon, e sabe como são esse pessoal do ramo da música é – disse ao passo que adentrava o quarto. Abraçou Tete por trás, dando-lhe um beijo na bochecha. – Isso vale para você também, Minnie! Cuide bem de sua segunda casa.

Jimin estava deitado na cama de Tete, pronto para a festa há muito tempo. Com o chamado, logo abaixou o celular. Apesar de vê-la poucas vezes, já que trabalhava muito em sua loja de produções artesanais, sabia que sua ausência constante não a tornava uma péssima cuidadora.

Sorriu simpático para ela, levantando o polegar em direção ao teto dizendo um "pode deixar, tia".

– Está tão bonito – repetiu meio abobada, com a atenção já voltada para o filho. – Deveria se arrumar mais. Parar de usar essas suas roupas rasgadas, parece que não tem dinheiro para comprar vestes em bom estado.

Ela respeitava, mas detestava o jeito de skatista do filho. Sempre reclamava do estado de suas roupas. Queixava-se também dos bonés do garoto, alegava que era por culpa deles que estava ficando com problemas de acne na testa.

– Fofinha... – suspirou Tae. Girou o corpo para ela e a abraçou. – Não parece que não tenho dinheiro, parece que eu tenho estilo.

– Bem, eu prefiro mais o estilo de agora. Aigoo, está parecendo um idol!

BELISÁRIO Où les histoires vivent. Découvrez maintenant