[1] O Incidente do NoName Bar

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[1] O incidente do NoName Bar.


Existem algumas situações das quais todas as pessoas tentam evitar: Encontrar um ex-namorado após um término recente, rir em momentos desapropriados, até mesmo se alimentar de comida velha da geladeira.

Taehyung, por sua vez, com certeza gostaria de ter tido a aptidão de driblar a conjuntura em que se encontrava.

O ambiente não lhe era agradável. De fato, não deveria ser deleitoso para qualquer ser humano em plena consciência. Não era possível a vigilância sanitária permitir que aquele estabelecimento operasse normalmente. As paredes, um dia provavelmente brancas, possuíam um tom amarelado e sujo. Havia também mofo no teto, indicando infiltrações decorrentes das chuvas torrenciais do verão. Era óbvio que aquela casa comercial já não realizava uma manutenção geral há anos.

O odor também não parecia certo. Tinha algo – talvez o cheiro de gordura, ou o leve bafio de esgoto provindo do banheiro que o garoto não teria coragem de utilizar se tivesse vontade – que fez o acastanhado manter seu cenho franzido constantemente. Por Deus, Taehyung poderia jurar haver algum animal morto esquecido em algum canto empoeirado daquele bar. Ele apostaria o seu novo skate que se tratava de um rato.

O que um moleque como ele fazia ali?

A resposta era simples. Possuía nome e sobrenome. Na verdade, nomes e sobrenomes: Park Jimin e Jeon Jungkook. Seus melhores amigos.

A ideia inicial foi proposta por Minnie, alegando precisar conversar com eles sobre um assunto  importante e "não, não podia ficar para outro dia", todavia o contexto ingênuo do encontro foi deturpado por JK.

Encontraram-se em frente à praça próxima da escola dos garotos, local de onde sempre partiam, pois era o ponto mais próximo da casa dos três, e de lá seguiam para o metrô. Inicialmente, o plano consistia em ir para a praça de skate abandonada, onde estavam acostumados a passar as noites de sexta e sábado adquirindo novos machucados. Contudo Jungkook possuía uma nova e estúpida ideia, e era difícil argumentar contra uma pessoa tão teimosa quanto ele. Cada argumento que Taehyung apresentava, o mais novo prontamente rebatia e então reclamava em como seu amigo era frouxo.

– Pare com essa careta, Tete – repreendeu Minnie enquanto passava a mão pelo cabelo recém tingido de loiro pastel, olhando hesitante para os arredores. Prosseguiu quase sussurrando. – Eu acho que eles sacaram.

– Sacaram nada, não surta. – murmurou JK de volta.

– Eles definitivamente sabem. Será que eles vão chamar a polícia? Ai não, mamãe vai me matar.

– Se o Tete parasse com essa cara de enjoado, talvez nos deixem ficar.

– Agora é minha culpa?! – ralhou Taehyung para então virar a cabeça discretamente para trás.

De fato, algumas pessoas daquela espelunca tinham sua atenção focada nos garotos. Olhos curiosos que se questionavam o motivo pelo qual estavam ali. Os outros presentes no estabelecimento aparentavam estar alterados demais para se importar. Seguiam com suas conversas calorosas, vezes ou outras exclamando algo referente aos jogos de cartas.

Este era um dos motivos pelos quais Taehyung foi duramente contra a estúpida ideia de Jungkook. Sequer tinham um projeto de bigode e, uma identidade falsa não enganaria ninguém.

– Só estou dizendo que essa sua cara de mauricinho fresco é um pouco desrespeitosa.

– E você tem cara do que? – retrucou indignado. – 'Cê é mó playboy!

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