LIVRO 1 DA SÉRIE IMPLACÁVEIS
Após descobrir o que motivou o marido a pedi-la em casamento, lady Evangeline Cavendish vê-se obstinada a odiá-lo para o resto da sua vida, focando a sua atenção na sua filha Grace, o único motivo pelo qual sente...
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Uma semana após o sucedido as melhorias no estado da duquesa eram visíveis, mas não definitivas. O tornozelo e o braço já estavam quase recuperados, porém mais uma semana de repouso foi aconselhado pelo Dr. Powel, e imediatamente acatado.
Enquanto isso o duque continuava a dar voltas e mais voltas sobre o sucedido, tentando descobrir algo, mas até agora nada. Ninguém nas cavalariças viu alguma movimentação suspeita naquele dia, dificultando ainda mais os seus intentos em descobrir o culpado.
Porém para sua maior irritação, a queda de Evangeline em pleno Hyde Park tornou-se o assunto do momento, e até saiu nos jornais, especulando sobre o estado da duquesa de Devonshire após o aparatoso acidente. Isso levou a que muitas pessoas que não sabiam do sucedido tomassem conhecimento, inclusive os condes Borton.
De tão embrenhado que estava em tudo aquilo, Dorian acabou por esquecer-se de avisar os sogros sobre o acidente, e sabia que mal eles soubessem logo estariam a bater-lhes à porta para verem a filha.
Dito e feito.
Dorian estava com Evangeline no quarto, com a cabeça da esposa pousada no seu ombro enquanto lhe afagava o cabelo e a abraçava carinhosamente, isto quando os condes irromperam pelo quarto afogueados e com expressões preocupadas nos rostos.
— Evangeline Harriet Borton Cavendish! — Evangeline prendeu o riso ao ouvir o grito da mãe e voltou-se para ela e para o pai. — Queres matar os teus pobres pais do coração?!
Evangeline fitou o marido, que também se divertia com a expressão da condessa, mas tentou eliminar o sorriso para não irritar a mãe.
— Longe de mim querer tal coisa. — disse fitando a mãe, que conhecendo-a como conhecia, sabia que estava a ser sarcástica. Por isso Lora Borton fitou a sua primogénita com os olhos cerrados.
— Vou deixá-los sozinhos. — disse Dorian assim que os sogros aproximaram-se da cama. — Depois eu volto.
Dorian curvou-se e beijou os lábios da esposa com carinho, saindo do quarto logo em seguida. Quando Evangeline voltou-se para os pais, notou o brilho audacioso no olhar da mãe, assim como o discreto sorriso matreiro como quem diz "o que é que não me andas a contar, menina?" Mas se ela não se pronunciou a respeito foi por causa do conde, que não devia ter conhecimento da zanga que ela e o marido tiveram.
— Ficamos a saber sobre o acidente pelos jornais, e não ficamos contentes por saber só agora. — resmungou William sentando-se ao lado da filha, acariciando o cabelo dela, exatamente da mesma cor do seu.
Evangeline deu um pequeno suspiro e aninhou-se contra o peito do pai, sendo envolvida pelos braços paternos num abraço carinhoso.
— Com tudo o que aconteceu, esquecemos de avisar quem quer que fosse. — explicou brevemente.
