LIVRO 1 DA SÉRIE IMPLACÁVEIS
Após descobrir o que motivou o marido a pedi-la em casamento, lady Evangeline Cavendish vê-se obstinada a odiá-lo para o resto da sua vida, focando a sua atenção na sua filha Grace, o único motivo pelo qual sente...
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Dois meses depois…
A ansiedade tomava conta de Evangeline devido aos retoques finais dos preparativos para o baile. A mais alta aristocracia iria estar presente para a receber como duquesa, e por esse mesmo motivo tudo que tinha que estar absolutamente e metodicamente perfeito.
Seria cerca de uma semana que duraria a estadia dos convidados, com diversos saraus e jogos promovidos pelos duques na propriedade. Já o seu vestido para aquela noite era totalmente novo e planeado por si, pois Evangeline alimentava a esperança de vir a abrir o seu próprio ateliê de costura e revolucionar o mundo da moda.
Os benefícios de ser uma mulher casada é que pode ousar nas cores, logo acabou por optar por um vestido em Chiffon vermelho de cintura alta com detalhes em dourado no busto, nomeadamente ao nível dos babados que percorriam a zona na vertical. Com um decote em barco que deixava os ombros desnudos, Evangeline optou por adornar a zona com um colar em outro com pingente de rubi. E sendo ela mulher de gostar de dar nas vistas, o cabelo foi domado e penteado para cima, com diversos cachos bem feitos ao longo do mesmo, e uma mecha encaracolada caída no ombro. Ao longo do penteado foi colocado um fio de gemas translúcidas e um gancho de plumas vermelhas na lateral.
Tratando-se de um convite da duquesa de Devonshire, a nobreza inglesa veio em peso, desde os mais esperados aos dispensáveis. Muitos foram convidados apenas pela etiqueta e boa educação, já que muitos era apenas insuportáveis.
Quando ela apareceu no salão de baile na companhia do marido, todos os olhares se voltaram para ela e fitaram-na como falcões, sendo que as mulheres admiravam os seus trajes e joias que envergava. Após um longo tempo à conversa com diversos casais que vieram cumprimentá-los, rapidamente afastam-se para uma zona menos movimentada do salão, longe da vista da maioria dos convidados, porém logo o casal foi intercetado por quatro homens que Evangeline já conhecia de vista, mas que Dorian conhecia ainda melhor.
Os lordes em questão eram aqueles que, juntamente com Dorian enquanto este era solteiro, colocavam o terror nos salões de baile ao esbanjar charme, sensualidade e a própria sensação de pecado iminente. Porém, segundo aquilo que o marido lhe confidenciou, eles nunca seduziam debutantes e muito menos seduziam mulheres que, pela linguagem corporal, não quisessem ser seduzidas por eles. Ela lembrou-se do dia em que viram a marquesa de Boneville com um amante no corredor da mansão dos marqueses de Pembroke, sendo que foi aí que Dorian lhe revelou que ele e a marquesa, que é casada há quinze anos com os marquês, foram amantes, tendo deixado de ser, à data dos acontecimentos, há um mês e uma semana.
Ele fizera questão de salientar essa semana extra.
De vista conhecia o moreno de olhos azuis, Christopher Clermont, o herdeiro do conde de Cheshire, o outro de cabelos igualmente castanhos, porém com o diferencial de uns belos olhos verdes, era James Spencer, o filho do meio dos marqueses de Liverpool e irmão mais velho de Blair, porém os outros dois que os acompanhavam, ambos com uns impressionantes cabelos loiros, não se recordava do nome. Todos eles envergavam uns sorrisos maliciosos à medida que se aproximavam do casal.
