LIVRO 1 DA SÉRIE IMPLACÁVEIS
Após descobrir o que motivou o marido a pedi-la em casamento, lady Evangeline Cavendish vê-se obstinada a odiá-lo para o resto da sua vida, focando a sua atenção na sua filha Grace, o único motivo pelo qual sente...
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Evie Wright era ambiciosa, e uma verdade já enraizada no seu cerne é que estava farta daquela vida de pobreza que os seus pais levavam. Ela merecia mais, era demasiado inteligente para ser destinada a ficar atrás de um balcão de uma mercearia a cair aos poucos, casar com um pobre desgraçado e parir crianças a torto e a direito desfigurando o seu corpo a cada gravidez, vivendo às custas de uma ninharia. Não, esse não era o seu futuro, não ia tornar-se uma mulher amargurada como a sua mãe, era jovem, bonita e voluptuosa, e iria usufruir de todos os seus encantos. Poderia casar, mas seria com um homem rico e disposto a cobrir todas as duas despesas e gastos excêntricos.
Sentia que aquele emprego como governanta era um bom começo, e do modo como estão a precisar de uma, não se iriam dar ao luxo de a recusar e mandar embora. E isso é que a deixava satisfeita.
Não pôde deixar de ficar impressionada com magnificência da residência, nem como não pôde evitar uma pontada de inveja daquela gente que tinha a oportunidade de viver num palacete como aquele. Não era moça de berço e ressentia-se com o destino por não ter sido mais generoso com a sua sina, pois podia estar a usar vestidos de musselina, seda ou veludo, e não de tecido rude e grotesco como o que ela usava diariamente.
Aguardou pacientemente na sala de estar, que era maior que a sua casa, pela chegada da duquesa, que segundo a sua mãe, era uma mulher bonita, porém demasiado arrogante e indigna de ser a duquesa daquelas terras. A sua mãe não gostava de ninguém, essa era a verdade, mas se a duquesa era tal como a mãe a descreveu, ela iria descobrir não tarda.
Ouviu passos a aproximarem-se e aprumo a postura, vendo as portas abrirem e uma mulher lindíssima a aparecer entre elas em toda a sua figura majestática. Era possivelmente a mulher mais bela que já viu, e não foram precisos muitos neurónios para descobrir que aquela era a duquesa.
Ela aproximou-se com um sorriso no rosto perfeito e Evie retribuiu. Seria aquela mulher a fazê-la subir na vida.
— Deves ser a Evie. — disse Evangeline rompendo o silêncio.
— Sou sim Vossa Graça. — respondeu educadamente. — E desde já agradeço a oportunidade.
— Não agradeças minha querida, vamos sentar-nos para conversar. — retrucou Evangeline indicando o sofá.
A mulher era uma Deusa autêntica, tal e qual a Deusa Afrodite, uma constatação que Evie não conseguia parar de fazer mentalmente. Evangeline Cavendish era a personificação do ideal de beleza feminino, loura, pele pálida, olhos verdes e o corpo facilmente comparável à estátua Vénus de Milo. Não havia homem que não se rendesse aos seus encantos, e o duque também não escapou.