• Capítulo 31 - Um agrado

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       A viagem de Christopher Clermont até Devon foi feita em tempo recorde, tendo demorado dois dias e meio a lá chegar

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A viagem de Christopher Clermont até Devon foi feita em tempo recorde, tendo demorado dois dias e meio a lá chegar. Através de algumas indicações encontrou a modesta residência de Patrick e Portia Wood, e explicou brevemente que tratava-se de um pedido dos duques de Devonshire bem como o que quereriam dela. Portia aceitou na hora e no dia seguinte fizeram-se à estrada, a caminho de Londres.

Portia era uma jovem bastante calma e silenciosa, Christopher vez ou outra fitava-a e analisava a sua compleição relaxada a observar a paisagem pela janela da carruagem. Mesmo com roupas simples de alguém da classe trabalhadora, de algum modo ela não destoava nem um pouco do ambiente luxuoso da carruagem, e isso é que o intrigava. Era como se ela pertencesse ou se adequasse àquela realidade, mesmo não tendo nascido em berço de ouro.

Era nestas alturas que Christopher se amaldiçoava por ser tão observador, mal conhecia a mulher e já começava a criar conjeturas e análises desnecessárias a seu respeito. Isso não acrescentaria nada na sua vida.

- A senhorita nunca veio a Londres? - decidiu quebrar o silêncio, atraindo de modo abrupto os olhos azuis de Portia para si.

Um azul claro, brilhante e sagaz, que o deixou subitamente hipnotizado.

- Não, milorde, nunca. - respondeu Portia com suavidade.

Christopher assentiu.

- E nunca sentiu vontade ou curiosidade de lá ir?

Mais uma vez o olhar calmo da dama voltou-se para si.

- Não. Sou uma mulher do campo, lorde Clermont, prefiro os ares rurais do que a confusão da cidade. Além do mais, não posso sentir falta de algo que nunca tive, que é a experiência de vivência na capital.

Christopher gostou da resposta dela, a sinceridade onde era visível que ela respondia o que realmente pensava, e não aquilo que as pessoas queriam ouvir. Ele convivia com uma realidade onde as pessoas viviam para agradar os outros e não a elas mesmas, e ele mesmo era assim. A sua criação assim o exigia, mas gostaria de viver outra realidade, uma menos insípida e exigente.

- Disse algo que o desagradou, milorde? - a voz de Portia tirou-o dos seus devaneios.

Quando voltou a olhar para ela, viu que era dono de toda a sua atenção.

- Porque diz isso?

- Pela sua cara, parece que algo o desagradou.

Christopher não foi capaz de evitar sorrir, foi algo até involuntário. Não foi capaz de controlar o próprio rosto, e viu que não se importava quando Portia baixou ligeiramente o olhar com timidez.

- Não, de maneira nenhuma. A senhorita nunca me desagradaria.

Portia surpreendeu-se com a resposta, e isso ficou evidente no seu olhar assim que o levantou de modo abrupto para encarar o homem sentado à sua frente.

O perdão de Lady Evangeline - Série ImplacáveisOnde histórias criam vida. Descubra agora