O que for preciso

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Península do Leste, Ponta Madeira

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Península do Leste, Ponta Madeira

ÍRIS VIII

A forja estava quente como o forno de Daia. Era possível sentir o calor mesmo do lado de fora enquanto Íris prendia Areia Preta na lateral do estabelecimento. A forja de Nina ficava numa das esquinas da Rua da Bigorna, onde dezenas de ferreiros competiam entre si para oferecer o melhor aço aos clientes da cidade e visitantes.

William correu para dentro e começou a mexer em todos os objetos que estavam à venda sobre as prateleiras. Normalmente, o rapaz atrás do balcão não deixaria ninguém fazer isso, mas era William Gael, herdeiro de Ponta Madeira, quem estava bagunçando as estantes. Por isso o rapaz nada disse senão bom dia e apontou para o interior onde Íris entrou com o irmão no encalço.

O barulho de aço batendo contra o aço preencheu o espaço e o calor aumentou. Nina estava trabalhando e não notou a presença de Íris até William derrubar uma caixa com pequenas peças de metal no chão e fazer barulho.

Nina era uma mulher incomum. Vestia calças pesadas e uma camisa folgada deixando os seios livres sem nenhuma faixa para segurá-los. Os braços fortes martelavam uma espada longa cujo metal estava vermelho de incandescente. Tinha o rosto coberto por uma máscara de metal e a cabeça raspada onde gotas de suor escorriam pelo pescoço. Ela tinha uma tatuagem de ondas do mar que começava no ombro e terminava no punho direito, onde segurava o martelo pesado.

A ferreira despertou do foco na atividade que fazia, e mergulhou a espada incandescente numa bacia de água causando um chiado seguido de uma onda de vapor. Nina levantou a máscara e sorriu pra Íris.

— Sobreviveu? — perguntou a ferreira com ironia.

— Acho que sim.

— Devo te agradecer, oito soldados já passaram aqui nessa manhã perguntando sobre as espadas que eu fiz pra você. Oito na mesma manhã, dá pra acreditar?

— E você recusou, é claro.

— Óbvio. Eles não iam me pagar o preço que valem. Ei, pequeno Lorde, vem aqui, eu tenho algo pro senhor.

Nina pegou um elmo bem trabalhado com aréolas circulares em formato de ondas e uma faixa vertical espigada que começava na testa e terminava na nuca simulando espinhas de peixe. Não tinha pedras coloridas como os cavaleiros gostavam, era de aço e bronze. A ferreira colocou a peça na cabeça de William que ficou apenas com os olhos à mostra através das fendas. O elmo era pra um adulto usar e estava grande para ele.

— Ficou ótimo — disse Íris enquanto o irmão continuava a vestir partes de armaduras aleatórias.

— Tenho algo pra você também — disse Nina para Íris.

Ela enxugou o suor do rosto com uma toalha e caminhou até um manequim coberto por um pano branco no canto do estabelecimento. Puxou o pano de uma vez revelando o que estava por baixo.

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