Em casa

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Península do Leste, Ponta Madeira

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Península do Leste, Ponta Madeira

ÍRIS VI

Os grandes portões de ferro se abriram logo que o exército começou a atravessar a ponte sobre o fosso. Íris remoía as palavras do pai que lhe causavam acidez no estômago e uma dor incômoda na garganta. Ela queria chorar e gritar até não conseguir mais.

Ele tinha razão em tudo. Ainda que todo o conflito com os estranhos tenha acontecido, ela não precisava se juntar ao abraço-do-urso. Poderia partir para Ponta Madeira no instante em que deixou Rando seguro. Ou melhor, poderia levá-lo consigo e retribuir o favor. Porém, não fez nada disso, e nem sabia dizer o porquê.

A população tradicionalmente se reunia na avenida principal para receber com alegria e saudações o exército que retornava vitorioso. Era fim de tarde e a luz alaranjada do pôr do sol refletia na muralha branca da cidade enquanto esquentava os paralelepípedos pintados de azul cobalto no chão.

A maior parte do exército se dirigiu para o pátio do castelo. Era hora de anunciar previamente as nomeações que aconteceriam nos próximos dias. Alguns subiriam de hierarquia e outros até virariam cavaleiros.

Apenas Íris desviou do castelo e seguiu sozinha para a última casa da Vila dos Criados. Não haveria nomeações para ela. Era provável que nem fizesse mais parte do exército.

Íris levou Areia Preta para o seu pequeno estábulo nos fundos da casa. Tirou as rédeas e a sela do animal. Escovou-lhe o pelo, limpou os cascos, espalhou o feno pelo chão e encheu a tina de água. Deixou-o sossegado para se alimentar e descansar .

A porta da casa estava aberta como deixou. Não havia necessidade de fechá-la, pois para entrar na vila precisava passar por outro portão com guardas de vigia. Dois pavimentos pequenos compunham a modesta residência. Sendo o primeiro com as típicas paredes de pedra calcária branca da cidade. Ali havia uma sala com pouca mobília, uma cozinha raramente usada, um quarto de banho e uma latrina. O segundo pavimento era de madeira clara, com dois quartos, onde um era onde Íris guardava livros, armas e objetos aleatórios, e o outro era para dormir. Este possuía uma grande vista para o Mar do Leste-e-além. Paisagem da qual refletia os seus pensamentos confusos quase todos os dias.

Havia várias coisas sobre a mesa de jantar. Íris começou a chorar livremente, pois agora não tinha ninguém vendo e não se sentia envergonhada por fazer isso. Era tradição da cidade os comerciantes presentearem soldados que se empenharam na batalha. Pela primeira vez ela também recebeu agradecimentos, embora por dentro achava que não os merecia.

Os presentes vinham de seus amigos. Maro, dono da estalagem deusa-Mar-do-Leste, lhe mandou uma garrafa de vinho de Praxos. Daia, a cozinheira do castelo, encheu uma cesta com pães, presuntos, queijos e biscoitos. Nina, a ferreira que consertava a sua armadura, não lhe deu presentes mas deixou um bilhete para Íris ir a forja assim que possível. William, seu irmãozinho de dez anos, lhe deu um cinto de facas de arremesso que provavelmente roubou de alguém no castelo. Lady Lira não permitiria que ele carregasse um objeto tão perigoso e, tampouco, ir à Vila dos Criados sozinho.

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