Na próxima vida

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Península do Leste, Ponta Madeira

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Península do Leste, Ponta Madeira

ÍRIS IX

Toni surgiu na praia no fim da tarde. Vestia o uniforme formal do Regimento de Defesa e exibia a medalha de prata no lado direito do peito. Trazia uma sacola grande na mão esquerda e algumas tábuas de madeira sobre o ombro direito.

- Você não estava na nomeação - afirmou Toni.

Íris abraçava os joelhos e contemplava o Mar do Leste, perdida em seus pensamentos. Aquele dia estava agitado demais. Primeiro a notícia de que Daia está grávida, depois a partida de Nina, depois descobrir que o irmão tem a mente de um menino de seis anos e por fim Lady Lira com a sua estranha oferta. Ainda não havia processado tudo.

Toni começou a espalhar objetos pela areia. Um archote em chamas sobre uma bacia com um pó amarelado que fazia uma fumaça fedorenta, uma caixa de música desafinada, algumas tábuas de madeira fincadas da areia em direções diferentes e, por fim, lhe jogou uma garrafa de rum e um saco de pano preto.

- Beba metade do rum e coloque o saco na cabeça.

- Que merda é essa?

- A lição mais importante.

Íris bufou impaciente mas obedeceu. Bebeu o rum amargo e sua cabeça girou com o efeito. Colocou o saco na cabeça e tudo ficou escuro. Toni deu corda na caixa de música e chutou as espadas para os pés de Íris.

- Você sabe o que são as conexões? - perguntou Toni.

- Não - respondeu Íris no momento em que o amigo lhe acertou no braço esquerdo com o lado cego da espada.

- Os deuses escolhem algumas pessoas, aqueles que você enfrentou na Mata Solitária eram conectados à ilusão do deus-d'areia.

Toni lhe acertou novamente, dessa vez, no tornozelo direito, fazendo Íris se desequilibrar e cair na areia.

- A pessoa que curou você - continuou Toni. - um dos seus amiguinhos, seja lá quem for, era um conectado à cura do deus-rio.

Íris tentou prever o próximo golpe, mas estava difícil. O saco não a permitia ver, a fumaça do archote confundia o seu olfato, a música da caixa desafinada abafava os sons dos movimentos de Toni, as tábuas de madeira desviavam o vento do mar e o rum a deixou um pouco zonza. Se concentrou ao máximo e sentiu um calafrio desviando-se para a esquerda. Toni se desequilibrou e Íris sentiu os grãos de areia que ele levantou pinicarem os seus pés. Arrastou o pé direito sobre o tornozelo dele fazendo-o desequilibrar mais e quase cair.

- Muito bom - disse Toni. - Eu também sou um conectado!

- O que?!

Toni lhe deu uma cotovelada no rosto. Não muito forte, mas o suficiente pra Íris se desconcentrar.

- Não fale! Só escute. Nesse momento você é ouvido, espada e intuição - gritou Toni - a deusa-mar me abençoou. É por isso que eu luto bem.

Íris preveu mais um movimento do amigo, ele ia girar para direita e lhe acertar nas costelas, mas ela girou junto para o lado oposto a tempo de fazer ele errar.

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