A única chance

227 49 1
                                    

Mar do Sul

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Mar do Sul

NATOS VII

Natos suava frio tentando desesperadamente não vomitar e passar vergonha no meio da tripulação. O Lâmina da Justiça sacolejava conforme uma ventania repentina acabava com a calmaria de antes. Uma tempestade estava se formando e o estômago do cavaleiro estava quase no limite. Os tripulantes circulavam em todas as direções, movimentando as velas e apertando nós. Um confronto de duas centenas de navios piratas acontecia a uma distância visível e isso estava deixando todos confusos em relação à situação.

Lorde Gordo Laio e sua frota de Porto da Baixada aguardavam Lorde Naloan Gael e a frota de Ponta Madeira. O objetivo era se unirem para enfrentar juntos a frota da Terrassanta. Mas não havia nenhum paradeiro de navios inimigos, exceto o conflito entre piratas que parecia ter chegado ao fim. Natos já vivenciou saques piratas à Ponta Madeira antes, mas nada como aquela quantidade enorme de navios.

As informações estavam erradas e ele queria ir embora dali. Mas agora que os piratas estavam ao alcance, não poderia mais voltar atrás. Prometeu para si mesmo que seria um cavaleiro de verdade e serviria de inspiração para os amigos. Piratas eram criminosos e tinham que ser combatidos.

Tudo fazia parte da missão de compor a tripulação do Gordo Laio como homem de confiança de Ponta Madeira. Natos não queria estar ali, entretanto não iria decepcionar o irmão dessa vez.

O ferimento na perna já não incomodava tanto e conseguiria lutar se fosse preciso. Os tripulantes do Lâmina da Justiça não pareciam grande coisa, exceto pelos cavaleiros de Laio. Natos sabia que eles eram bons, pois os viu lutar na Batalha da Mata Solitária.

- Eu esperava que o seu irmão me enviasse a filha dele e não o senhor, Sor Natos. - disse Laio com seu coque sobre a cabeça e o cabelo castanho caindo sobre os olhos.

Natos sentiu uma náusea forte.

- O senhor enviou o seu primo que é o segundo na sua sucessão. Eu sou o segundo na sucessão do meu irmão. Prefiro acreditar que esteja se referindo a minha sobrinha Olívia de três anos do que a bastarda que envergonha a nossa família.

Gordo Laio suspirou estufando a barriga. Estava menor do que antes, talvez ele tivesse começado uma dieta para essa batalha.

- Nós temos uma compreensão de vergonha muito diferente em Porto da Baixada, Sor. Eu enviei o meu primo, pois ele é o meu melhor espadachim. Esperava que o seu irmão me enviasse a pessoa que está à altura dele. Mas, ao invés disso, me enviou o cavaleiro que passou a cavalo ao meu lado na Batalha da Mata Solitária e não me ajudou quando eu gritei por ajuda.

Natos estava em palavras, seu estômago se revirava.

- Sei que a batalha é assustadora - continuou Gordo Laio. - eu também fiquei apavorado no início. Mas já fazem dois dias que o senhor está aqui e em nenhum momento teve a honra e decência de me pedir desculpa. Vamos perseguir os piratas e espero não ter um covarde ao meu lado quando o momento chegar.

InvulnerávelWhere stories live. Discover now