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Extremo-Norte-e-Além, Montanha Sussurro

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Extremo-Norte-e-Além, Montanha Sussurro

ROSE II

Rose não sabia se o que estava sentindo era felicidade, nervoso ou pânico. Talvez uma mistura dos três ou um contínuo desespero. As últimas horas foram como despertar de um longo período de sono. Dormiu e sofreu todo aquele tempo em que estava presa dentro da montanha e agora as memórias vinham como flechas na sua cabeça.

Quanto tempo ficou ali?

Ela não sabia a resposta. A única coisa que a preocupava era o que fazer dali em diante. Antes estava desesperada para morrer e agora fazia parte de uma tripulação pirata que tinha o dom de se ocultar no horizonte.

Seguiu Zenabu até a cabine dela e entrou no aposento quando a mesma abriu a porta e fez um sinal com as mãos para que Rose entrasse. O intendente da cara queimada, Jaco, veio atrás.

— Capitã, o curso.

— Norte, o mais rápido possível.

— As ordens, Capitã.

O intendente se retirou e Zenabu entrou na cabine fechando a porta dupla de madeira em seguida. Rose estava parada no meio do aposento. Era requintado em relação ao resto do navio. Tudo estava meio bagunçado, mas conseguia ver os adornos dos objetos e da cama de dossel ao fundo. Ela nunca viu uma cama de dossel na vida, mas imaginava em seus sonhos que devia ser muito confortável. Havia muitos objetos naquele lugar, a maioria desconhecidos e tudo era inegavelmente novo em relação ao que Rose estava acostumada. Gani passou um bom tempo explicando o que eram os canhões, as bolas de ferro e a pólvora. Quantas coisas desconhecidas.

Um grande mapa ocupava uma parede inteira, adjacente à porta. Rose já viu mapas algumas poucas vezes de relance nos navios em que viajou acorrentada, mas nada como aquilo. Era como se o mundo tivesse duas vezes o número de lugares.

— Acho que tenho algumas roupas pra você. Vão ficar um pouco largas, mas é melhor que ficar nua por baixo desse casaco. — disse Zenabu ao mexer no guarda-roupa e retirar algumas peças.

Rose vestiu calças masculinas, camisa de lã e corpete de couro fervido por cima. Depois um sobretudo de tecido grosso, luvas e touca. Calçou meias e botas grandes para os seus pés, mas muito bem-vindas.

— Como você está de pé? — Perguntou a capitã.

— Eu... Acho que não entendi a pergunta.

— Você estava quase morta quando te achei. Agora está andando e falando normalmente, só se passaram algumas horas.

— Eu sou assim — disse Rose com um leve sorriso triste — faz parte da minha... conexão.

— Entendo. Há quanto tempo você estava naquela montanha? — Zenabu se sentou numa cadeira atrás de uma mesa ornamentada. Acenou para que Rose se sentasse à sua frente e assim ela o fez.

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