Os deuses abençoam aqueles cujo destino é entrelaçado ao equilíbrio. Porém, num mundo onde a maior parte dos territórios é unida por uma fé intolerante, os conectados aos deuses são perseguidos e suas existências são negadas.
Uma resistência formad...
A capitã Zenabu e sua tripulação de loucos partiram rumo ao Extremo-Norte-e-além com duas bússolas como orientação. A primeira bússola era Lady Aureana Vance e suas pesquisas, e a segunda era uma voz que chamou a capitã para esse lugar esquecido.
Ambas estavam certas, as riquezas das pesquisas de Aureana eram reais assim como a misteriosa voz.
Rose foi libertada de seu tormento e se deparou com um mundo diferente, onde pessoas como ela já não existiam mais.
Uma grande tarefa foi confiada à Aureana. Assim como uma grande missão foi confiada a Rose e Toni.
O Lágrima do Mar zarpou para as Ilhas Escuras para construir mais navios.
Rose e Mysha se estabeleceram nas Terras-de-Ninguém.
Aureana continuou as suas pesquisas enquanto um de seus navios zarpou para Ponta Madeira.
Dezessete anos se passaram e estes acontecimentos repercutiram no Leste.
"O bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo."
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Planície do Leste, Grom
ÍRIS I
O barco avançava na escuridão da Lagoa deus-rio conforme os braços de Íris se acostumavam com o esforço. Remar causava um desconforto nos primeiros instantes, mas, logo depois, os seus músculos se adaptaram ao movimento e a tensão neles se estabilizou. Estava acostumada a tal atividade, fazia parte de sua rotina diária de exercícios. Uma lagoa calma como aquela não a faria cansar tão cedo.
Era uma noite escura e a lua refletia apenas uma fraca penumbra sobre o lago. Íris estreitava os olhos para forçar a visão a enxergar em meio ao breu. Conseguia ver algumas luzes ao longe sobre as feias muralhas do castelo de Grom. Sua acompanhante era silenciosa. Ela provavelmente conhecia aquela lagoa melhor do que qualquer pessoa, pois fez o mesmo trajeto noturno muitas vezes.
Virou um pouco o barco para desviar de uma mancha mais escura que a água, provavelmente alguma rocha submersa.
— Você rema bem — disse a mulher. — a essa altura o rapaz que me traz aqui já estaria ofegante.
Ela estava coberta por um manto preto de maneira que tornava impossível ver a sua aparência. Mas Íris não precisava de muito para saber que devia ser uma mulher bonita. A amante preferida de Lorde Sorêi de Grom, treinada na arte do prazer num dos melhores bordéis de luxo do Leste, era tão misteriosa que despertava algo entre desejo e curiosidade em Íris. E, muito provavelmente, em qualquer pessoa.
— Estou acostumada a remar.
— E tem bons olhos também. Nem precisei te avisar da pedra submersa — completou a mulher.
