Henry III

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Esse capítulo contém gatilhos de agressão física, mentais e mais algumas coisinhas. Espero que vocês apoiem a Mia. E a mim.

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O vôo de Jersey até Londres durou duas horas e meia, 291km que me separavam do motivo de todo o estresse que eu tive nos últimos meses, e também de Mia, em poucas horas superados.

Minha mente estava cheia de perguntas. O que a mãe dela tinha deito? O que aconteceu? O que a quebrou de novo?

Verifico o endereço do hospital mais uma vez explicando ao taxista que ele precisava me deixar no restaurante em frente ao local e respiro fundo observando as ruas frias e escorregadias pela neve.

Pulo para fora do carro assim que o mesmo para e pago o motorista antes de correr para dentro do restaurante olhando em volta nervoso.

—Senhor Cavill? —viro o rosto encontrando uma senhora, quase da idade de minha mãe me encarando curiosa. —Sou a Mary.

—Ahhh sim, reconheci a voz. —estendo a mão um pouco envergonhado. —Sinto muito minha pressa, Amélia é muito importante para mim.

—E você para ela pelo jeito, ela chamou você até eles conseguirem a medicar. —franzo a testa sem entender nada do que estava acontecendo ali. —Vamos nos sentar, tenho uma longa história para te contar.

—Mia... Quero ver a Mia. —aviso sério recebendo um olhar estranho de volta.

—Depois da história garoto, não deixarei qualquer um chegar perto dela antes que eu tenha certeza que não é outro babaca igual o ex marido. —respiro fundo pensando naquele filho da puta.

—Joe apareceu por aqui? —vou até uma mesa com ela me sentando de braços cruzados.

—Não, não há notícias dele a uns nove ou dez meses. —isso era muito estranho. —Vamos a história..

—De onde você conhece minha garota? —recebo uma careta e decido ficar de boca fechada

—Eu namorava o pai de Amélia na época que ele estava lutando pela guarda dela, era um relacionamento escondido porque ele tinha medo de isso atingir o processo. — ergo uma sobrancelha tentando entender aquela história toda. —Além de ser de uma posição social bem mais baixa, ele tinha medo do que as pessoas pensariam de mim também. Eu era uma doméstica.

—Sinto muito. —falo sincero notando que aquilo ainda devia doer nela.

—Eu convivia com Amélia na casa do pai, estava pronta para ser uma boa segunda mãe para ela. —Mary respira fundo. —Mas então veio o acidente, um pneu furado e tudo acabou da noite para o dia. Esther escondeu a garota das pessoas da editora, do mundo, só aparecia para pegar a pensão deixada para Amélia.

—Cretina. —murmuro baixo recebendo um sorrisinho dela.

—Eu amava aquela garotinha como se fosse minha filha sabe...—a olho com atenção acreditando. — Mas não tinha direito a guarda, nem nada que me fizesse ficar perto dela.

—E então? —pergunto mais curioso ainda.

—Me ofereci para o emprego de babá na casa de Esther. — arregalo os olhos surpreso. —Ela foi tão burra que não notou nada, apenas me contratou.

—Então foi você...— sussurro e ela me olha confusa. —Nenhuma criança cresce bem tendo uma mãe como aquela, elas precisam de amor sincero vindo de algum lugar. Fico feliz que você exista para ela.

Minhas palavras estavam sendo sinceras, eu ficava muito aliviado em saber que Amélia tinha recebido um pouco de amor antes de ser tão machucada.

—Esther me demitiu um pouco antes de Mia completar 16 anos, eu sabia que era uma desculpa para poder usar a garota. —ergo uma sobrancelha de novo sem entender. —Você sabe, por causa da cláusula no testamento do pai dela.

Dolce Pandoro - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora