Marry me

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Amélia estava magra, não magra do jeito que estava quando a conheci, e sim de uma forma doente. Minha mente tentava juntar essa imagem com a última que eu tinha dela, as bochechas gordinhas e rosadas tinham dado lugar a ossos proeminentes e uma pele pálida e quase translúcida.

Há quanto tempo ela não pega sol? Ou come?

—Não se preocupe, mia piccola farfalla, eu vou cuidar muito bem de você a partir de agora. —sussurro beijando a testa dela com o máximo de cuidado que posso com medo de a quebrar.

Charlie disse que ela dormiria por horas depois da dose do sedativo que ele tinha aplicado, era o tempo que eu precisava.

Saio do quarto dela vendo que Mary estava voltando com uma pasta nas mãos.

—Consegui. —ela fala ofegante e pego a pasta abrindo vendo os documentos que Simon disse que eu ia precisar até ele chegar a Londres. —Você acha que isso vai dar certo?

E nós temos outra escolha?

—Estou mais preocupado com ela aceitar isso. —murmuro pegando o celular enviando fotos dos documentos para meu irmão.— Agora vamos conversar sobre Esther, como você conseguiu salvar a Mia?

—É uma história curta. —ela encolhe os ombros e me lembro da minha mãe por alguns instantes. — Eu só soube que ela tinha voltado para casa a poucas semanas, quando fui a visitar Esther me proibiu de entrar. Eu imaginei tudo que Amélia estava passando com aquela maluca e subornei uma das empregadas para me passar informações.

—Inteligente. —seguro um resmungo por não ter pensado naquilo antes.

—Essa empregada me contou que um homem ligava todos os dias, as vezes mais de uma vez, e Esther ou desligava ou dizia a Mia que era o Joe. —franzo a testa sem acreditar em como fui burro caindo no jogo dela. —Eu estranhei, Joe não é do tipo que liga.

—Ele é do tipo que invade e ameaça. —sussurro e ela concorda.

—Convenci essa empregada a copiar seu número e passar para mim, Esther descobriu e cancelou a linha antes de destruir o aparelho. — essa mulher era louca, meu Deus. — Eu esperei mais uns dias, não sabia como agir, até que a três dias outra empregada me ligou contando sobre o acidente.

—Eu não acredito que Mia tenha tentado algo assim... Não depois de tudo que você me contou. Ela é teimosa demais para desistir assim. — murmuro querendo me agarrar aquilo.

—Só ela pode dizer, mas ela não estava em si, gritando o nome de uma tal de Anna, falando em italiano, pedindo algo chamado Pandoro.

—Pandoro? —sorrio surpreso vendo ela concordar e respiro fundo sabendo exatamente o que fazer.

Era tudo por ela.

—Você está certo sobre isso...— a mulher me encara como se estivesse lendo minha alma e baixo meus olhos para minhas botas. —Você é mais do que um amigo?

Eu queria ser...

—Não, eu sou apenas um amigo. —nego mesmo que aquilo me machuque. —Sim, eu tenho sentimentos por ela e um ano não foi suficiente para apaga-los. Mas isso, essa paixão e desejo, nunca, sem chance alguma, será maior do que meu carinho como amigo, se ela nunca sentir o mesmo por mim, eu estarei ao lado dela, segurando e dando apoio em cada decisão. Até quando ela decidiu me abandonar a um ano, eu nunca deixei de querer que ela fosse feliz.

—Isso é muito bonito, e raro hoje em dia. —Mary segura meu rosto me fazendo encarar os olhos castanhos dela e sorri docemente. —Você tem minha benção para se casar com minha filha Henry Cavill, mesmo que isso possa acabar dando muito errado.

Dolce Pandoro - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora