15º dia

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Meu corpo se revira na cama enquanto estou presa naquele lugar entre estar acordada e a inconsciência, respiro fundo sendo invadida pelo cheiro maravilhoso de hortelã e canela.

Henry...

As lembranças da noite passada saltam como pequenas bolhas de sabão na minha mente, e cada vez que uma explode ondas de prazer invadem meu corpo. Tinha sido perfeito, se eu pudesse escolher aquela teria sido minha primeira vez com um homem.

Ele realmente tinha beijado meu corpo daquele jeito? Sem eu ter ao menos pedido? Sem pedir nada em troca?

Me sento na cama sentindo cada parte do meu corpo sensível de alguma forma, minha boca estava inchada, meu pescoço ardia em certas partes, meus seios não estavam diferentes, minhas pernas pareciam pesadas e o interior das minhas coxas estava pegajoso ainda.

Oh merda... A camisinha.

— HENRY. — grito agarrando o lençol com pressa enrolando no meu corpo enquanto me levanto e acabo tropeçando nos meus próprios pés caindo de cara no chão.

Merda...

—Mia? — a voz dele chega a mim antes que Henry apareça na porta do quarto sem camisa e vestindo um avental rosa. — Deus... O que aconteceu? — ele se abaixa me ajudando a sentar e resmungo esfregando meu rosto esquecendo o motivo do meu grito ao notar que sim, ele não usava nada além de uma cueca debaixo do avental.— Mia!

Encaro os olhos dele vendo o desespero mal escondido e respiro fundo negando com a cabeça tentando clarear minha mente.

— Você esqueceu a camisinha. — sussurro quase sem voz descendo de volta para as coxas torneadas a mostra por causa da única peça de roupa que ele usava.

Eu devo estar sonhando... Um daqueles sonhos deliciosos.

— Eu, o que? — ergo meu olhar de volta vendo a expressão confusa dele se clarear aos poucos. — Oh droga... Mia eu... Eu sinto muito. Eu não pensei nisso ontem, droga, desculpe...

A testa dele fica cada vez mais franzida enquanto ele me pega nos braços levando de volta à cama me sentando sobre o colchão e suspiro pensando nas consequências da noite passada.

—Estavamos muito... Concentrados em outras coisas, — murmuro tentando manter meus pensamentos em ordem, tentando manter meus monstros guardados no fundo da minha cabeça. — Não foi só sua culpa, está tudo bem, tudo vai ficar bem, tudo fica bem...

Começo a repetir as palavras sem perceber até que ele coloca um dedo sobre meus lábios e encosta a testa na minha, a mão livre segurando minha mão que começava a arranhar o outro braço.

— Farfalla. — Henry sussurra e respiro fundo junto com ele. — Estou com você, está tudo bem. Lembre- se, você está tomando as pílulas que sua médica receitou, aquelas para te ajudar com as sequelas do que ele fez, não há nenhum risco para você agora

Fecho meus olhos pendendo meu corpo para a frente, minha testa encontra o peito dele e seus braços envolvem minha cintura me puxando mais para perto. Respiro fundo deixando aquele cheiro doce me acalmar como sempre fazia, assim como os braços daquele homem

—Como você sabe das pílulas? — pergunto baixinho recebendo uma risadinha como resposta. — Sua mãe é uma fofoqueira!

A melhor de todas

— Ela se preocupa com você. — Henry beija meus cabelos com carinho e sorrio fechando meus olhos. — Porque não toma um banho enquanto eu termino nosso café da manhã?

— Tudo bem. — concordo e ergo a cabeça olhando os olhos dele recebendo um beijo delicado nos lábios. — Depois... Podemos conversar sobre ontem?

Dolce Pandoro - ConcluídaWhere stories live. Discover now