Jantar de leilão parte 02

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   "...apenas senti e não vi, não o toquei de verdade, mas desejaria ter tocado..."

— Deus meu me perdoe. Disse Edgar levantando se de dentro da banheira e tirando a cortina de cima dele e de quem o escondia.

Para surpresa de Edgar era Heron, o pequeno está parado imóvel observando Edgar exclamar perdão.

— Desculpa mesmo, você está bem? Tá machucado. Edgar pergunta se aproximando mais de Heron, pegando em seus ombros.

— Calma, estou sim agora tente se acalmar. Heron se levantou e ambos saíram de dentro da banheira.

— O que faz aqui? Disse Edgar

— Vim ajudar minha mãe, disse lhe hoje à tarde depois da aula. Heron gagueja, pois, a euforia que sente em seu corpo o deixa inquieto.

— Suplico lhe, por favor não conte a ninguém o que aconteceu, é....eu não fiz por querer. Edgar se sente confuso, seu corpo estremecia, sua mente o dizia que o inferno lhe aguardava, já seu coração se sentia Alegria, doce como mel.

— Algum problema senhorzinho? Perguntou Pilar.

— Não senhora. Edgar falou tão rápido quanto podia pensar.

— Eu vou me retirar, tenho que limpar outros lugares ainda, com sua licença senhorzinho. Heron pegou seu esfregão e balde dentro da banheira.

— Não me chame assim, somos amigos. Edgar não desejará ser superior a ninguém, pelo menos não com o Heron, ele tinha tomado um lugar em seu coração.

— Está bem. Risos leves saíram da boca de Heron. — Com sua licença.

Edgar voltara para a sala de jantar, seus pais e os senhores Treves riam constantemente, falavam dos mais necessitados dizendo aos prantos de risos que os escravos cederam seus serviços a esta classe tão baixa. Seu pai é mãe não possuíam criados, no entanto, agiam como se tivesse, falavam de lugares longes é das pessoas que habitavam lá, "nojentos bolivianos", "pestes de selvagens" eram os menores títulos que se ouvia na conversa. Por fim chegou o assunto que Edgar tanto teme.

— Então senhor é senhora Treves, como podem ver somos uma família regalica desta região, não somos como os silvas, somos melhores, soube que seus filhos possuí péssimo título no colégio. Disse Eugênio ergue a Taça de vidro azul escuro e toma uma dose do vinho tinto.

— Maus alunos, disse-me a senhora Tereza. Rosângela terminou a frase.

— Mamãe o que é um sodomita? magnólia soltou a pergunta como um salto inesperado interrompendo a conversa.

Edgar sentiu um grande frio lhe cobrir por inteiro, sente o sangue quente de suas veias esfriarem é seu corpo adormecer.

— De onde arrumou essa palavra menina? Isso e coisa que se diga sobre a mesa? Rosângela? Mais que disparate é esse. Bonifácio se altera, se sente surpreso ao ouvir tal pergunta de sua filha, isso o fez sentir repúdio de uma forma que largara o cachimbo sobre a mesa.

— Mil perdões, magnólia por favor me acompanhe. Rosângela sentiu se envergonhada pelos berros do se marido para com ela.

— Onde e que já se viu uma coisa desse senhor Eugênio? Uma menina desta idade querer saber o quê... Deus que disparates, que absurdo, VAMOS MENINA ACOMPANHE SUA MÃE. Bonifácio torce depois da alta tensão que criou.

Bonifácio escarra de sua garganta um muco negro como breu, jogara em forte cuspe no chão. O sino torna a tocar.

— Chamou senhor. Pilar se esquece das ordens de sua senhora e observar quem o horizonte com a cabeça ereta.

— Limpe está bagunçado, mil perdões senhores, por favor senhor Eugênio me acompanhe até meu escritório, senhora Elza o peço com respeito que espera vosso marido na sala de espera. Bonifácio se levanta com dificuldade da cadeira.

As horas se passaram, Elza é Edgar estavam à espera de Eugênio na sala de espera. Edgar pensara no que tanto seu pai conversara com o senhor Treves, pois já faz uma hora desde que entro ao escritório. Sentado sobre um sofá carmesim Edgar fica inquieto, balança as pequenas pernas para frente e para trás, olha seus sapatos com olhos fixados.

— Com licença. Disse uma voz familiar.

— Oh vejam só Edgar, não é seu amiguinho. Elza lança um olhar com carinho sobre Heron.

Edgar desvia o seu olhar, erguendo a cabeça para o horizonte, vê então seu amigo Heron segurando um boque de flores perfumadas.

— Trouxe esse simples ramo de flores perfumadas como forma de agradecer a mais bondosa hospitalidade que me dera. Heron olhara para Elza tentando desfaçar as olhadas que dera a Edgar.

— Quanta gentileza seu pequenino, são lindas é adorável. Elza fica encantada com tamanha pureza.

Ao longe surge Eugênio com um enorme sorriso no rosto, sua alegria e tão grande que mal se importou com a presença de Heron no momento.

— Está tudo certo, Edgar se casará com magnólia no seu décimo quinto aniversário.

Gelo, da mais pura tristeza e medo toma Edgar por inteiro, o frio que sente é tão forte que não consegui por uma lágrima se quer a cair. Fogo, da mais pura raiva é frustração incendeia Heron, não saberá o que sentia por Edgar, porém sabe que aquela notícia o enfureceu.

Em sua sombraWhere stories live. Discover now