Sangue nas patas

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" unidos pelo sangue da mesma família, mas separadas por destinos..."

   Já era de tarde quando Rosângela chamou a todos para almoçar, um mesa farta como de sempre servida por Janaína na mais nova empregada da casa. Todos postos a mesa prontos a se servirem.

— Oremos. Disse Bonifácio dando as mãos orando o pai nosso e um ave Maria.

    Após terminar a oração o senhor Bonifácio começa a fazer perguntas.

— porquê ainda está aqui?. Ele se dirige a Berenice.

— meu marido ele... magnólia e interrompida pelo pai.

— não estou falando com você menina, és minha filha é sempre será bem vinda em minha casa diferente de outras pessoas, me dirigo a sua tia. Bonifácio demonstra nenhum apetite na presença de Berenice.

— ela está aqui para ajudar nossa filha senhor meu marido. Rosângela interfere com uma resposta rápida e plausível.

— cala-se , eu não perguntei a você. Bonifácio mostra está impaciente. — vamos , diga me porque aínda está aqui?. Ele a encara.

   Berenice olha para Bonifácio do mesmo modo , seus olhos verdes não intimida nem um pouco o senhor Bonifácio , pelo contrário, o enfurece.

— meus serviços por aqui aínda não acabaram. Berenice responde da maneira mais educada que tem.

— mentira! Nunca sentiu simpatia por magnólia, nunca a vi nem quando era um bebê. Bonifácio solta a voz. — seus motivos para estar nesta terra são outros eu vejo isso em você, desde já saiba que em minha casa você não é bem vinda, trate de arrumar suas tralhas e ir embora. Bonifácio acende o cachimbo, ele opta por fumar ao invés de comer.

— senhor meu marido ela é minha irmã. Disse Rosângela em tom de misericórdia.

— pai?. Magnólia sente desrespeito ao ouvir o que o pai tem a dizer.

— caladas as ambas, estão sobre meu teto e vivem do meu dinheiro e da minha comida, então não me contradigam ou irão para rua Junto com está mulher desprezível. Bonifácio se apoio em sua bengala para levantar se dá cadeira.

     O sufocante silêncio surge após a saída de Bonifácio da sala de jantar, ambos caladas e pensativas.

— o pavê está pronto, posso servir-las?. Perguntou Janaína assim que entrou na sala de jantar.

— estou sem apetite. Disse magnólia ao se levantar da mesa, desgostosa ela segue para o segundo andar onde se encontra seu quarto.

— pode servir, eu é minha irmã comeremos um pouco. Berenice sinta um curto sorriso para Janaína.

     Em uma rápida reverência Janaína sai da sala se jantar as presas deixando Berenice é Rosângela a sós.

— Bonifácio tem razão, você não pode ficar Aqui. Rosângela leva o garfo até a boca.

— não vim para ficar em sua casa, mas a de sua filha. Berenice olha para Rosângela enquanto ela come.

— não importa, se descobrirem que sou bruxa assim como você estaremos perdidas, aqui não há lei que proíbe cultos diversos mas isto não impede de sermos queimadas. Rosângela limpa olha para Berenice. — vim para cá para ter paz, para cultuar dentre estás mata de ninguém...tenho uma família agora. Rosângela encara seriamente Berenice , no entanto não perde o glamour e o charme.

— família? Seu esposo beira a morte , e sua filha como bem sabe não e sua. O rubi de Berenice começa a cintilar.

— calada... Rosângela tente conter as lágrimas.

— você e como eu  minha amada irmã, não podemos negar o sangue que corre em nossas veias, e nosso fardo não ter filhos... Berenice dá para Rosângela um curto sorriso.

— maldição é a palavra correta. Rosângela limpa as lágrimas com a costa da mão direita.

   Janaína que ouve tudo chega rapidamente com a bandeja de pavê , serve suas senhoras e sai rapidamente. Rosângela e Berenice degustam do pavê.

— o criado já sabia que nós?. Perguntou Rosângela sabendo a resposta.

— iria descobrir em breve, fizemos o certo em mandá-lo para as profundezas do rio Amazonas. Berenice afasta o pavê de sua frente.

— pobre rapaz, era um ótimo criado. Rosângela degusta um pouco mais de pavê.

   Berenice encolhe se dento do vestido vermelho vinho , se contorcendo de um lado para o outro ela começa a diminuir dentro do vestido. Por fim o vestido cai sobre a cadeira e dento dele sai um gato preto de olhos verdes. Ele sobe encima da mesa , fica de frente para Rosângela olhando atentamente.  Um som de vidro quebrado ecoa pelo a sala de jantar, Janaína se assusta com o que vê, ela paralisa onde está.

— pobre garota. Disse Rosângela olhando para ela.

   O gato então mia é corre atrás de Janaína, que sai gritando rumo a cozinha.
   

Em sua sombraWhere stories live. Discover now