Porto redondo

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"...quando o vi chamar meu nome, tive certeza que nada haveria de nós separar..."

    Haviam se passado três dias desde que Edgar foi a delegacia relatar o desaparecimento de Heron. Pilar chorava noite e dia , beirava a loucura quando passava pela sua cabeça que seu filho poderia estar morto. Fazia três dias que Edgar está sozinho em casa, sua esposa não voltara para casa e sua tia também , haviam elas passado esses três dias na casa dos senhores Treves. " Ela voltará para casa da mesma forma que saiu ,  por sua livre e espontânea vontade" assim pensa Edgar com relação a sua esposa. Falta apenas uma semana para o início do mês de novembro, o temido mês de chuvas e trovoadas está para chegar. As plantações param devido a enchentes , o preço de sacas e mercadorias sobem e pouco lucro se tem quaisquer vendedor ou fazendeiro.

   Edgar está inquieto em sua casa , pega sua carro e dirige se para a cidade com intuito de ir visitar dona Pilar. Aí chegar no Condomínio do seu Calisto ,acabe que se deparando com Pilar no portão preparada para ir a igreja.

— dona Pilar, bom dia. Edgar tira o chapéu do segura nas mãos sobre o peito.

    Pilar olha para Edgar da cabeça aos pés, seus olhos vermelhos e inchados indicam que passara a noite em pranto e sem descansar.

— o que o senhor quer ?. Pilar tem a voz rouca.

— vim saber como a senhora está, quer companhia para a igreja?. Perguntou Edgar todo tímido e sem jeito. Para Edgar a companhia de Pilar significava unir forças.

— senhor Edgar eu não desejo sua companhia em nenhum momento da minha vida, seu pai foi muito claro comigo tempos atrás para não deixar meu filho se aproximar de você, mais o que eu podia fazer ? Dois garotinhos tão amigos quase inseparáveis. Pilar enxuga suas lágrimas com a lenço que segura na mão direita.

— sempre estivemos Unidos isso é verdade. Edgar recorda da infância.

— exatamente senhor Edgar, no começo cheguei a pensar que eram bons amigos , mas agora , quando ambos já estão crescidos eu vejo de outra maneira... nenhum homem de terras bem casado se importaria com um simples criado a ponto de deixar a esposa esvair de sua casa. Pilar fala com revolta. — então senhor Edgar diga me a verdade. Pilar exige ferozmente.

— que verdade senhora Pilar. Edgar se aproxima dela a ponto de encurrala-la no portão. — A única verdade entre eu e seu filho senhora Pilar e que eu o amo...amo mais que a mim mesmo, queria goste ou não. Edgar fala com as lágrimas caindo em seu rosto.

    Pilar se espanta com o escuta de Edgar, ela sem pensar desfere um tapa em Edgar que deixa sua bochecha esquerda vermelha.

— vocês senhoras de terras são sempre os mesmo, sempre obrigando a nós a fazer coisas terríveis contra a nossa vontade, são todos iguais. Pilar empurra Edgar.

— senhora Pilar por favor se acalme. Edgar se sente insultado por Pilar.

    Ela se vira para ele e tranca o portão de ferro. Edgar então se desespera, cai no chão do portão chorando silenciosamente, seu coração dói ao pensar que Heron poderia estar morto, seu corpo treme sem parar.
  Após alguns minutos depois Edgar e levantado por alguém.

— ei Edgar o que houve. Disse uma voz famíliar.

    Edgar se levanta enxugando as lágrimas com as costas das mãos.

— Josué? O que faz por aqui? Veio cedo para o baila. Edgar paralisa se recordando da noite no baila.

     Havia bebido naquela noite , mas antes da bebedeira havia entrado no quarto onde Josué estava fazendo sexo oral no garçom.

— sou o mais novo administrador do porto redondo caro amigo. Josué o abraça.

— oh nossa caramba, parabéns pelo cargo caro amigo. Edgar tenta manter o foco da conversa. — em... Você pode me fazer um favor?. Perguntou Edgar como se tivesse um plano.

— sim , diga.

— você tem alguma notícia do Heron lá pelo Porto? Ele está desaparecido já faz três dias , o único canto que eu não busquei foi o porto , pois senhor Zé Roberto não permitia minha entrada. Edgar fala com esperança na voz.

— senhor Edgar eu posso perguntar aos marinheiros mais tarde, peguei a posse do porto esses dias, de pouco eu sei. Josué fala enquanto apruma seu chapéu. — soube que largou a mulher e que está sozinho naquele casarão é verdade?. Josué pergunta com malícia.

— magnólia quis passar um tempo com os pais só isso, eu como bom esposo não pude negar tal desejo, eu também sinto falta da minha família. Edgar tenta amenizar a situação.

— compreendo senhor Edgar, se precisar de companhia para conversar e só ir no baila que lá eu estarei. Josué solta um sorriso malicioso.

    Edgar fica preste a dar uma resposta a altura de Josué, no entanto se calou pois agora dono porto poderá ser de grande ajuda.

— e claro, obrigado caro amigo.

🏳️‍🌈Passam se mais três dias.

     Já se passaram seis dias e nenhuma notícia de Heron, sua mãe está acamada com tamanha preocupação, seu pai foi morto em uma briga de rua, e Edgar abandonou a casa e passa seus dias e noites na rua procurando por Edgar , pedindo ajuda a um e a outro. Em uma noite chuvosa Edgar está sozinho na vazia rua escura , os relâmpagos mostravam o caminho aguado da cidade. Seus cabelos estavam grande e em seu rosto havia crescido um pouco de barba, descalço Edgar vai a cabine de Josué buscar por notícias mas nada encontrou, ao ir a beira do porto Edgar nota a lua cheia pairar sobre o céu. Ao olhar o horizonte Edgar nota algo vindo em sua direção, algo boiando sobre um pedaços de madeira, tomado pelo desesperado desespero Edgar entra na água e segue para o que vê, ao se aproximar nota-se que é Heron, está apagado e quase sem roupas.

— EIII ALGUÉM AJUDA AQUI, ALGUÉM. Gritou ele ferozmente.

— e...e...Edgar?. Disse Heron porém os olhos pouco abriram é rapidamente fecharam.

    Edgar nada até a costa trazendo Heron nas costa, ao chegar nas passarelas de madeira é socorrido por marinheiros que ouviram seus gritos. Edgar não pensou duas vezes em levá-lo ao hospital da cidade o mais rápido possível, pegou Heron nos braços e levou até o hospital.

           "Amizade ou sodomia?"

   Assim saiu o artigo em primeira página a foto de Edgar levando Heron nos braços.

Em sua sombraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora