Negócio vitalício

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   "...e uma decisão louca, nela há inúmeros motivos, porém todos pequeno diante o imenso prazer de ver minha mãe livre..."

Pilar termina de limpar a casa dos Treves após o jantar, seu filho Heron acabara de limpar a chaminé recém apagada pois senhor Bonifácio exigia a chaminé limpa até o amanhecer. O menino fez o serviço bem feito porém não pode evitar a falta de ar e bolhas nas mãos e pés. Tudo está limpo e bem organizado.

— Está todo sujo meu amor! Disse Pilar limpado com a aba do seu vestido as manchas de carvão no rosto de Heron. — Muito obrigada pela ajuda meu bem, com certeza será um homem de respeito, bem melhor que seu pai eu espero. Pilar fala enquanto limpa o rosto de Heron.

Ambos riem, mesmo estando exausto suas risadas eram fortes e cheio de vida. Pilar então segue para a cozinha junto com Heron, lá bem próximo a porta dos fundos tem um cabideiro com seus casacos. Eles os aproximam e os vestem.

— Senhora Pilar. Disse Bonifácio ao surgir na porta da cozinha usando seu roupão de ceda dourado.

— Sim senhor Bonifácio. Pilar fala com pouca cortesia ou Alegria.

— Seu serviço ainda não terminou, por favor me acompanhe, e você rapaz pode ir se banhar no chuveiro do lado de fora, está sujo demais e fede a Maria fumaça. Bonifácio exala seu tom de autoridade para com os dois.

Retiram ambos os casacos Heron percebem que sua mãe fazera uma cara nada agradável, "poxa mais trabalho, porque não deixar para amanhã, já e tarde" pensou o pequeno Heron.

— Vai se banhar meu bem, pode usar minha toalha, ela está dento do armário dos empregados. Pilar tem eu sua voz melancolia.

Heron então seguiu para fora, o chuveiro ficará próximo a piscina a sua direita. Não hesitou, tirou toda a roupa e ligou o chuveiro, as finas gotas de água que caem em seu corpo o fizera relaxar, a água negra escorria pelo chão branco em forma de rios rumo ao ralo. "Edgar" pensou Heron, pois seus pequenos dedos a passar em seus lábios vermelhos.

— Será amor? Não posso amar um homem, mas não sou um homem...e tão pouco ele. Edgar fala para si mesmo com seus dedos passando levemente em seus lábios.

Heron voltara a realidade, desliga o chuveiro e se enrola na toalha lilás de sua mãe. Suas roupas estavam tão sujas que ele mesmo decide não as vestir. Enrolado na toalha o pequeno Heron entra na cozinha em busca de sua mãe, porém ela ali não estava, o pequeno breu toma a cozinha por inteiro deixando apenas a luz da lua atravessando as janelas. De longe Heron vê um pequeno feixe de luz que parece vir de uma fenda, ele então resolve ir até este feixe o segue até sua origem, para sua surpresa vinha da porta do escritório do senhor Bonifácio. Sem pensar duas vezes ele põe a observar através desta porta que está apenas escorada em sua fechadura, observa-se um espelho próxima ao armário de livros. Heron se assusta. "Mãe?" Pensou ele, o pequeno Heron viu através do espelho seu Bonifácio empurrar a cabeça de sua mãe entre as grossas pernas com tamanha força que sua mãe engasgara, lágrimas escorriam de seus olhos constantemente, mas em nada Bonifácio se importou. Sentiu uma mão macia sobre o ombro direito, ele se vira levemente para ver quem é.

— Venha menino, você não devia estar aqui. Disse Rosângela com os olhos encharcados usando uma camisola branca alva como a neve.

O menino acompanha dona Rosângela subindo as escadas juntos, caminharam no corredor em silêncio até adentrarem em um quarto que se encontrara no final do corredor. A escuridão tomara um fim quando Rosângela acendeu a lamparina, seguindo-a Heron nota o lindo tom azul que está nas paredes do quarto, os brinquedos e ursos espalhados pelo chão e um berço coberto por um cortinado tão branco como leite. Rosângela se senta em um banco de frente para uma pequena penteadeira de madeira branca com detalhes Dourados com três gavetas.

Em sua sombraWhere stories live. Discover now