A semente do amor

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   "...suave, molhado é morno como leite, seu corpo está quente assim como o meu, seus olhos explodem em dilatação ao olhar os meus, é amor, é amor..."

A festa seguia para a reta final, muito dos convidados já partiram para suas casas, ficaram apenas os Silvas e os Treves, cada um em um canto do club em suas respectivas mesas. Seu filho mais novo Josué veem a mesa dos Treves com um lindo cartão e um boque de rosas amarelas.

— Senhor é senhora Treves, com sua licença, vim aqui dar este lindo buquê de flores a sua filha magnólia, tanta beleza assim deve ser apreciada e agraciada sempre. Disse Josué reverenciando levemente ao senhor Bonifácio e a senhora Rosângela.

— Não perda seu tempo menino, minha filha já possui alguém que possa graceja-la. Disse Bonifácio fumando seu cachimbo, dessa vez trocara por um cachimbo com detalhes em ouro.

— Toda rosa antes de ser podada não pertence a ninguém. Disse Josué sarcasticamente para Edgar.

— Como ousa falar isto para minha filha? Por favor volte ao seu assento. Disse Rosângela repudiando a forma Josué se referiu a magnólia. — Heron o acompanhe até seu assento é advirta aos senhores Silvas para refinar a educação de vosso filho. Rosângela empinou o nariz.

— Sim senhora Rosângela, vamos Josué por favor me acompanhe. Disse Heron ao se alevantar do seu assento.

Heron leva o senhorzinho Josué para seus pais dando-lhe o devido recado da senhora Rosângela Treves. Eugênio que está a mesa junto com os Treves pergunta:

— O fez seu escravo senhor Bonifácio? Uma leve alfinetada Eugênio fez, pois sabia que tal atitude só podia vir da senhora Rosângela.

— Não, hoje não se pode mais ter escravos. Bonifácio traga seu cachimbo. — Bons tempos já dizia meu finado avô. Bonifácio solta uma fumaça cinzenta do cachimbo. — Isso e feito de dona Rosângela, mulher coração mole, eu prefiro não intervir nos seus assuntos, assim ele não irá interferir nos meus, se é que me entende. Disse Bonifácio dando uma piscadela para Eugênio, segurando o saco na mão entre as pernas.

Dona Rosângela e Elza se sentiram envergonhada com tal maneira do senhor Bonifácio, ambas riram desconfiadas, seguiram para cozinha do club para fugir de tal assunto. Magnólia acompanhou a mãe deixando Edgar sozinho, coisa que ele tanto desejava naquele instante, se ver longe de magnólia. Ao olhar para o horizonte Edgar vê Heron voltando para a mesa e dirigindo se ao seu assento.

— Dona Rosângela onde está? Perguntou Heron a Edgar.

— Saíram elas, minha mãe é a senhorinha magnólia, porém não sei para onde foram. Edgar sente euforia em seu corpo.

— Está tudo bem com você? Perguntou Heron encarando os olhos de Edgar.

— Estou sim, quanto a você? Como está? Edgar sorri.

— Estou bem senhorzinho Edgar. Heron bota em prática toda sua educação.

Edgar faz um cara de nojo para Heron, ambos riem descontraídos. Edgar sente em seu peito algo muito forte por Heron, pensara que isto iria passar, porém só se mantém mais forte a cada dia que se passa.

— Com licença senhores, mas irei à toalete. Disse Edgar ao se levantar da cadeira.

— Concedida meu menino, Heron por favor o acompanhe, sinto cheiro de inveja vindo de longe. Disse Bonifácio olhando para os Silvas.

— Vá querido, mas volte logo. Disse Eugênio um tanto descontente.

Edgar então partiu para o banheiro Junto com Heron. O banheiro dos meninos do club possuí quatro box de frente para quatro pias e um espelho que se estendia e quase toda a parede das pias.

— Você agora e um criado mudo? Edgar riu ao fazer a pergunta.

— Não, há há sou apenas um faz tudo entendi? Disse Heron ao entrar no box.

— Acho que sim, ganhará uma boa grana eu espero. Disse Edgar entrando no outro box.

— Tudo é por uma boa causa, já conclui um objetivo, que foi livrar minha mãe do trabalho. Heron sai do box e segue para a pia para lavar as mãos.

— Caramba Heron, fico feliz por você. Edgar sai e segue para a pia lavar sua mão. — Qual é o próximo objetivo? Perguntou Edgar olhando os olhos coloridos de Heron através do espelho.

— Unir me a quem amo. Disse Heron olhando nos olhos de Edgar através do espelho.

Heron se vira para Edgar olha em seus olhos e se aproxima. Sente seu corpo efervescer, sua bola salivar é sua mão tremer.

— Eu sinto amor por alguém Edgar, um amor proibido diante dos homens é de deus. Heron da mais um paço para perto de Edgar.

— O amor e algo que só se sabe depois do matrimônio, só assim saberá o que é amor. Edgar fala um tanto nervoso, seu corpo chama por Heron assim como seu coração, a febre deste desejo o atacado deixa quente como uma brasa.

— Eu sei o que sinto, errado ou não pouco me importa, só sei que é amor. Heron passa seu dedo indicador na bochecha esquerda de Edgar.

Edgar nota os lábios de Heron, seu nariz fino, seu olho azul e outro verde. Ao leve fechar seus olhos Edgar se entrega nos braços de Heron em um beijo suave é apaixonante.

" É errado eu sei, mas é amor...é amor." Pensou Heron é Edgar.

Em sua sombraWo Geschichten leben. Entdecke jetzt