uma verdade por uma vida

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"...as verdades saíram de minha boca como facas acertando em cheio o ego de meu marido..."

    O hospital da cidade possuí um número menor de médicos ali presente assim como o número de pacientes é menor aínda. Edgar está no hospital a espera de notícias de Heron, Pilar ali presente está no entanto mantém se longe de Edgar. já são por volta das sete da manhã quando o médico veio a sua pessoa.

— Senhora Pilar?. Disse o médico ao entrar na sala de espera.

— sim , quais as notícias. Disse ela enxugando as lágrimas no lenço branco como nuvem.

   Edgar se aproxima para ouvir a notícia que o médico trazia consigo.

— o rapaz Heron se recupera bem é rápido, ele solicita sua presença no quarto onde está, por favor me acompanhe. O médico sorri para ela.

— doutor, eu posso ir depois?.  Edgar contem a emoção que sente ao receber a boa notícia.

— irei perguntar a ele, mas recomendo que vá para sua casa , não a lei nesta terra que proibida um homem de ter suas aventuras, mas as leis de deus são outras. O médico fala com total arrogância com Edgar, sua falta de sensibilidade e demonstra em seu tom de voz severo.

   Todos ali no hospital olham para Edgar , Pilar e o médico. Seus olhares são cheios de críticas, fúria , e desprezo.

— sodomita. Disse Pilar em tom de ódio.

    Logo em seguida outra pessoa gritou a mesma palavra, logo depois outra e mais outra até que se formaram vozes em um pequeno grupo. Edgar se sente intimidade , mas não recua, iria ficar ali para ver Heron a qualquer custo. Uma cadeira é arremessada na direção de Edgar, Pilar o desfere um tapa, outras pessoas começam a bater nele , cuspir , chutar, dar socos, o hospital que no início estava vazio agora se enche de pessoas vindo da rua para agredir Edgar.

— vá embora. Disse o médico empurrando Edgar junto com a multidão para a rua.

— não por favor, por favor parem. Edgar mau consegue falar com a boca sangrando rios de sangue e baba.

    Todos o arrastam para fora , vários homens da cidade o defere chute no traseiro e socos em seu rosto. A agressão dura por volta de cinco minutos na porta do hospital quando se ouvi um tiro. Dona Bá atira para cima para que a multidão pare para vela.

— se tocar mais um dedo no rapaz eu meto bala em todos vocês. Dona Bá só era baixa , porém uma mulher brava como onça.

   A polícia logo chega em seu Fusca novo, de dentro saio o delegado Araújo com pinta de xerife.

— mas que confusão é esse aqui na porta do hospital?. Gritou o delegado.

— falta de trabalho senhor delegado, e isso que falta para esses jovens de hoje, muuuito trabalho. Dona Bá fala com ar de Severina do nordeste.

— oh dona Bá abaixa essa arma por favor, a senhora devia está no seu bordel cuidando de suas meninas. O delegado tenta amenizar a tensão.

— e o senhor devia cuidar de sua cidade, vai deixar que maltratem o rapaz ? O que sabe eles com EXATIDÃO  e  possam PROVAR que o rapaz é sodomita? Em ? São todos uns desocupados. Dona Bá diz com muita severidade.

— eles estão certo. Disse Eugênio com chamas em seus olhos segurando uma barra de ferro. — sodomia é pecado, e uma doença praguejoza sem cura. Eugênio da passo a frente se aproximando do filho.

— como é?. Dona Bá se espanta ao ver o pai do rapaz apoiar a agressão.

— dona Bá vamos embora, são pai e filho não devemos interferir. Disse Gerusa puxando o braço esquerdo de dona Bá.

— oras fique quieta. Dona Bá retira a mão de Gerusa de seu braço em um movimento rápido.

    Eugênio caminha em direção ao filho que está estirado ao chão sangrando entre vários homens. Edgar tem os olhos avermelhados de sangue , lábios cortados dos socos que levou e suas roupas rasgadas. Eugênio fica frente a frente com seu filho.

— p...pa...pai...me... ajuda. Edgar tenta clamar por ajuda.

  Eugênio o olha com desprezo, seu punho segura com muita força a barra de ferro, lágrimas frias caem de seu rosto mas em nada mostra tristeza ou pena.

— senhor delgado?. Gritou dona Bá.

— são pai é filho dona Bá, não vamos intervir, um pai sabe o que é melhor para a sua família. O delegado Araújo em nada faz .

    Eugênio continua a olhar o filho, o tempo ensolarado se fecha, gotas de chuva caem suavemente, Todos ali se afastam deixando apenas Eugênio é Edgar no centro da ruma, toda na cidade está a observar a confusão.

— você não é meu filho...eu dei de comer um menino e não uma menina, tive um filho homem e não uma mulher... Não tem porquê ter misericórdia. Eugênio então ergue o punho ao céu segurando a barra de ferro.

    Eugênio se prepara para desferir um golpe na cabeça de Edgar quando Elza solta lhe um grito.

— Eugênio PAREEE!!!. Elza aparece expondo tristeza e desespero. —... você tem toda razão... Edgar ele. Um pausa para Elza Caminhar até Eugênio.

   Um imenso silêncio fica na cidade, o som da chuva e raios e o único ruído ali presente. Elza se aproxima um pouco de Eugênio , uma distância de 4 metrôs.

— Edgar não é seu filho, eu me casei com você já estava grávida de outro. Elza fala porém sente o julgamento das pessoas cair sobre seus ombros.

— o quê?. Eugênio olha para todos ao seu redor morto de vergonha , os olhares das pessoas pairam sobre ele.

— você não tem direito em nada sobre ele , sou eu e apenas eu a responsável por ele. Elza fala ferocidade em meio a tristeza que sente.

   O delgado e seus policiais agora interviram, engatilharam suas armas e apontaram para Eugênio. O delegado Araújo percebe no olhar de Elza o que devia fazer, ele então se aproxima de Edgar para levanta-lo. Eugênio está como um vulcão prestes a entrar em erupção, sua respiração fica ofegante, seu rosto começa a ficar avermelhado.

— perdoe me, mas é a vida do meu filho. Elza pede perdão pelo que disse, tal revelação devia ter acontecido em particular , no entanto Elza viu a verdade como livrar o filho da morte.

   Eugênio larga a barra pegando a arma no bolso do delegado enquanto segurava Edgar...ele dispara acertando em cheio o coração de Elza.

Em sua sombraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora