Meu Blues

23:55 PM

23h55

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- Eu estou com a chave, vou abrir q porta. - Hector diz, seu tom não está mais nublado. Na verdade, há excitação e alegria nele.

- Ah, dêem um oi para o meu amor. Eu consegui, quero que nos abençoem. - escutamos o som de um molho de chaves. -Quer dizer, vocês são espíritos bons, não é?

William e eu ainda nos olhamos. Nossa respiração está pesada. Não há nada mais no mundo, e a voz de Hector parece reverberar em outra dimensão, se transformando apenas em um ruído fraco, como a voz de algum fantasma. Sei o quero, e não é sair agora desse banheiro. Não sei quando aconteceu, mas agora percebo que a chuva está ainda mais forte.

Quero que ele toque para mim. Quero ouvi-lo e ve-lo dedilhar sua guitarra. Ele a descansa ao seu lado. E, quando se aproxima, meu peito rebobina cada vez mais rápido, Hector volta a falar.

- Vocês ainda estão aí? Espero que sim. - mais barulhos de chave, ele parece estar sofrendo em busca de qual é a certa. Então percebo que há outra voz que acompanha a dele.

Uma voz feminina. Ele conseguiu? Foi o que disse, não foi? Não tenho certeza. Minha mente está fora de órbita.

- Hector, não é essa. -A voz feminina afirma. É suave. - É a dourada.

- Isso, acho que achei. - depois de um tempo ele volta a falar: - Olá? Alguém aqui?

Não sei o que há comigo, mas sinto que se sairmos agora por essa porta toda a magia que existe dentro desse banheiro vai acabar. É como se estivessemos presos dentro de um mundo paralelo que só existe para nós dois.

Tenho a sensação de que detrás dessa porta, o mundo não é como o qual vejo no momento, presa dentro dessa atmosfera escura, com a chuva servindo como plano de fundo. Faz bastante tempo que não chove assim. Tenho a sensação de que assim que a chuva parar, tudo isso acaba. Sim, sei que soa dramatico, mas dentro da minha mente é quase poetico demais para não ser verdade.

Quero tocá-lo, apenas para me certificar de que o que vejo é real, Não sei no que ele pensa, mas até as duas Angelinas estão de volta e ambas parecem concordar entre si e comigo que esses momentos, essas horas foram apenas isso.

Horas.

Horas embaladas por muitas músicas, pingos de chuva e conversas tensas que não podem ser esquecidas. E se tiver que ser só isso? E se quando essa porta for aberta, tudo acaba e cada um segue seu caminho? Resta apenas a lembrança? Nã quero isso. Talvez seja apenas a minha insegurança falando, provavelmente. Olho diretamente para William. Ele está tão perto que posso tocá-lo se me inclinar apenas um pouco para a frente.

- Oi? Alguém?

- Abre logo essa porta!- A voz feminina diz.

Quando me inclino para mais perto de William a porta abre com um clique.

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oi gente, tudo bem?

passei muito tempo longe daqui e tenho consciência de que isso foi muito errado, principalmente com vocês, que gostam do que eu escrevo e que acompanham a história.

eu peço desculpem, muitas desculpas!

espero que ainda tenha alguém por aqui ♡
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Bjxs,

Triz