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— Está sendo bem legal. — afirmo, sorrindo. Noto, então, que, pela primeira vez desde que estamos aqui, sinto-me mais relaxada e solta para ser eu mesma — Quer dizer, faz pouco tempo que entrei, mas, por enquanto, está sendo bom.

— E é exatamente o que quer? — questiona, interessado.

— Sim, é sim! — exclamo, convicta — Quando eu terminei o colégio eu já sabia que queria fazer Jornalismo, mas eu meio que tinha medo de que, quando eu entrasse na faculdade, eu acabasse me sentindo frustrada se não fosse o que eu realmente queria. Acho que você me entende, não é?

— É claro que sim. — diz ele.

— Eu passei mais de dois anos parada e não me senti mal por isso, por que eu sabia que estava fazendo isso por mim. — continuo — Não tinha pressa, só queria ter um pouco de certeza de que estava escolhendo o curso certo. A coisa certa.

— E está sendo como esperava?

— Sim! — um sorriso suave surge em meus lábios - Eu gosto muito do curso. Claro que tem seus prós e contras, mas as partes boas fazem valer a pena.

— Te entendo.

Sorrimos.

Sinto cheiro de terra molhada e, quando lanço os meus olhos sobre a janela novamente, percebo a chuva que cai. Me pergunto se, por acaso, se a chuva se tornar mais intensa, a festa vai ou não acabar. "Espero que não." ouço-me dizer para mim mesma em pensamentos, e confesso que isso me surpreende. Mas, afinal, não posso negar que neste momento, não quero que isso aconteça.

De qualquer forma, é apenas uma garoa que cai.

— Me fala mais sobre você. — William diz bem rápido.

Eu o olho confusa. Me pega desprevenida por que não esperava essa sua atitude. Todavia, eu sequer esperava que ele fosse tão aberto como tem se mostrado. As pessoas não são realmente o que aparentam. Julgá-las sem conhecer é um péssimo hábito, ao qual impossibilita-nos de conhecer pessoas incríveis. Eu tenho esse hábito terrível, e sei disso. Mas como poderia eu não tê-lo adquirido depois de tantas decepções? Amizades tóxicas sempre estiveram presentes na minha vida, pelo menos, no passado.

O problema era que eu sempre fui uma garota boa demais, sempre disposta a ajudar todas as pessoas. Depois de me decepcionar tantos com bastante pessoas que considerei como amigos, tornei-me alguém mais centrado e menos inocente. Não posso me culpar por isso quando foi a vida - e seus altos e baixos - que me tornou assim.

— O que?

— Desculpa... — morde o lábio novamente, e seu ato me faz focar os olhos ali. Eu recobro a compostura e os movimentos quando ele prossegue — É só que estamos presos aqui, e não sabemos que horas vamos sair. Ficar em silêncio é bem constrangedor, não acha? — aceno positivamente, porque concordo — Mas, é claro, se não quiser, não precisa.

Demoro um pouco para respondê-lo. Não por achar a ideia ruim. Na verdade, não a acho nenhum pouco. Na verdade, só estou confusa. Podia jurar que ele não gostava de mim e que não simpatizava muito comigo. Pelo menos, era o que ele denota a na época da escola.

"Pará com isso, garota. Para de se sabotar."

A Angelina mais nova dispara, ainda tampando a boca da mais velha que está vermelha de raiva enquanto tenta, contorcendo-se, se soltar.

Tem razão, digo a mim mesma. Não quero pensar nisso, pelo menos, não agora. No momento, a única coisa que quero fazer é falar com ele e entender o que sempre foi, em meu passado, uma incógnita: ele.

— Acho uma ótima ideia. — o respondo, lhe tirando um sorriso - Mas o que eu falo?

Ele está sorrindo mais uma vez e, desta vez, começo a notar o quão estou gostando muito desse sorriso. Até demais.

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