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—  Tem alguém aqui? Responda! — A voz de Thiago está cada vez mais autoritária.

As batidas na porta se tornam mais urgentes. Ainda estou com os olhos fixos em William, mas agora o meu único pensamento é sobre o que vamos fazer para sair dessa situação. E se nos revelarmos? Será uma boa ideia? Será que eles ajudariam a gente? Ou é melhor não se revelar?

—  E se eles decidirem ajudar a gente? —  aproximo-me para sussurrar ao ouvido de William, sentindo, repentinamente, um calor em meu ventre que se estende para todo o corpo. Tento não ligar para essa sensação. Confesso ser um pouco difícil - A gente não perderia muito coisa. Aliás, as duas únicas opções que poderiam acontecer é ou eles ajudam a gente ou não.

—  Acha mesmo que devemos fazer isso? Que é uma boa ideia? Podemos esperar por Hector. Não acha que é melhor? — William questiona.

Paro para pensar. Em parte, William tem razão. Esperar Hector é uma opção razoavelmente, na minha mente, melhor do que abordar o casal que ouvimos transar poucos minutos atrás, ou segundos. O tempo está meio confuso para mim.

Contudo, por outro lado, o meu lado impulsivo diz para que eu peça ajuda ao casal.

"Você precisa sair logo daqui. Ficar perto dele não está te fazendo bem. Pede ajuda. Não custa nada, você sabe disso."

A Angelina mais velha aponta, cheia de razão e bastante segura de si. Penso um pouco. É verdade, a Angelina mais velha tem razão. Estar ao lado de William está me fazendo mal. Está trazendo lembranças de um passado que quero esquecer. E sim, isso me deixa desnorteada, porque sinceramente, não posso mentir para mim mesma. As lembranças que estão me atingindo mexem comigo.

—  O problema é que e se ele não vier? Não custa nada pedir ajuda desses dois. — sussurro para ele.

—  Ficar perto de mim é tão chato assim? — novamente responde-me fazendo uma outra pergunta.

Desta vez, me surpreendo. Por que ele perguntou isso?

—  Não é isso o que estou querendo dizer.

—  É que você parece muito nervosa. Achei que a minha presença pudesse estar te incomodando, ou outra coisa... não sei.

Seus olhos são atentos e intensos o suficiente para que eu me sinta em desvantagem, completamente sem reação. As suas palavras ainda estão sendo processadas pela minha mente, como se eu simplesmente não soubesse o que responde-lo. Na verdade, realmente não sei. Se a presença dele me incomoda? Sim, e muito. Eu não posso negar. Mas não posso lhe dizer a verdade. Não. Eu não posso. Eu não sou uma boa mentirosa, todavia, tento parecer o mais natural quando digo:

—  Não, você não me incomoda, William. — com grande dificuldade não desvio o olhar, ato que já percebi que faço quando estou nervosa, envergonhada ou mentindo — É só que é uma possibilidade pedir ajuda a eles. O que de mal pode acontecer? No máximo eles vão nos xingar e nos deixar para trás sozinhos novamente.

Meu BluesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora