CAPÍTULO ONZE

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CAPÍTULO ONZE

Desde a última vez em que esteve na companhia de Elizabeth, Amélie pegava-se suspirando, imersa em seus devaneios mais sublimes e delicados.

O fato era que a jovem estava ainda mais apaixonada pela professora. Não negaria. Principalmente depois dos momentos que tiveram. E mesmo que, por algum motivo, elas não pudessem levar o romance adiante, cada detalhe dele estaria registrado em sua memória para sempre.

Entretanto, da mesma forma que as lembranças carregadas de paixão perpetuavam seus pensamentos, a aflição também se fazia presente. E isso colaborava para desencadear os sintomas de uma crise de ansiedade, torturando a jovem Senhorini.

Talvez uma conversa franca conforme Ísis havia lhe sugerido, atenuasse aquela angústia, mas a conexão entre ela e Elizabeth estava tão intensa naquele fim de semana, que decidiu adiar o diálogo.

Zimermam não estava isenta de tais pensamento, entretanto, dividia-se entre a razão e a emoção, a coragem e o medo.

Por vezes, imaginou como seria o comportamento de Manoel, caso fosse ela quem terminasse o namoro, tendo em vista que, nas vezes em que findaram a relação, havia sido por parte dele.

Será que ele aguentaria o descarte? Isso a estremecia, pois sabia que não teria paz e ele, inclusive, poderia prejudica-la de alguma forma.

Toda vez em que a professora estava sozinha, bastava fechar os olhos e conseguia visualizar os olhos de Amélie a encarando, o sorriso largo enfeitando a boca sexy, a risada, os suspiros, o corpo nu dela se encaixando ao seu, da língua da ex-aluna escorregando por sua pele, explorando-a em cada detalhe...

A queria, também estava apaixonada. Porém, sabia que nem sempre amor era o bastante para sustentar certas tomadas de decisões.

*.*.*

Na quarta-feira, já era fim de tarde quando Amélie conseguiu chegar à faculdade para conversar com Zimermam, embora estivesse com receio do comportamento da professora, referente a tudo o que aconteceu nos últimos dias.

O elo entre elas intensificou-se. Não do modo como a Senhorini desejava, mas se falavam por e-mail, trocando músicas e papeavam trivialidades. Porém, nenhuma das partes ousou comentar sobre assumirem uma relação ou do namoro de Elizabeth.

Enquanto registrava o ponto na sala dos professores, a moça procurou, com olhar, pela presença de Zimermam, mas não a encontrou. Logo, um alerta surgiu em sua mente como um estalo: estaria a professora fugindo de diálogo? Um calafrio desconfortável a envolveu, fazendo-a suspirar, aborrecida.

Incomodada, Amélie cruzou a saleta, alcançando o balcão onde ficavam alguns copos descartáveis e uma garrafa de café, servindo-se da bebida. Enquanto o adoçava, tramitando suas dúvidas mentais, sentiu alguém tocar seus ombros. Ela virou-se, deparando-se com Elizabeth.

— Faz muito tempo que chegou, Mel? — a mulher indagou, exibindo um sorriso sereno.

O alívio preencheu Amélie e ela suspirou, admirada com a presença da professora.

— Ah, oi! — experimentou o café e fez uma careta ao perceber que ele estava quase frio. — Na verdade, já tem uns minutinhos — olhou para o relógio dependurado na parede. — Queria conversar um pouco, mas não te achei... — jogou o copo no lixo.

— Depois que minha aula acabou na turma de medicina, precisei ir na sala da coordenadora de nutrição e depois ficamos jogando conversa fora — explicou.

Mélie deu um risinho.

— Hum, pois é. Pensei que você estava fugindo de mim.

Dessa vez, foi Zimermam quem gargalhou, passando as mãos pelos cabelos.

Inesquecível Para Amar (COMPLETO)Where stories live. Discover now