CAPÍTULO QUATRO

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CAPÍTULO QUATRO

Tempos depois, o grupo de jovens precisou parar em um posto de gasolina para abastecer. Aproveitando o momento e percebendo que a amiga estava mais recolhida, Ísis a levou ao banheiro da lojinha de conveniência.

— Cara, o que está acontecendo, Amélie? Na piscina você parecia tão bem! E agora está com essa cara aí... Rolou alguma coisa?

A angústia apertou a garganta da menina e ela chorou, entrando em uma crise de ansiedade. Aquela maldita que a perseguia por anos, sempre que o assunto era Elizabeth Zimermam. Seu coração palpitou e a respiração tornou-se pesada.

— E se a Beth parar de falar comigo? Ela deve estar me odiando, Isinha! — murmurava chorosa.

— Amada! — fez com que a garota sentasse sobre o mármore da pia. Abriu a torneira e molhou a mão, passando no rosto da moça. — Respire, respire devagar... — começou a respirar fundo, olhando nos olhos de Amélie. — Está tudo bem.

A enfermeira deu um soluço forte, fazendo os exercícios de respiração. E então, Ísis entregou a ela um pedaço de papel toalha, secando as lágrimas.

— Certo. Está mais calma? — Mel concordou. — Agora, me conte o que aconteceu... — o tom de voz da preceptora era acolhedor.

— Ah, ué... — deu de ombros e sentiu mais lágrimas surgindo. — É que... Eu e a Beth, a gente se beijou no quarto.

Embora não fosse o momento mais propício, Ísis sorriu, contente pelo acontecimento, afinal de contas, acompanhou toda a história e torceu para que algo entre elas se concretizasse.

— Mas e aí?! — questionou hesitante. — Ela retribuiu?

Mélie balançou a cabeça, concordando.

— Ela disse que a gente conversava sobre isso depois, mas sei lá...

— Então, cara, qual é o problema? Não precisa ficar assim.

— Ah, não sei, não. A Beth saiu do quarto chorando, pedindo desculpas... — franziu as sobrancelhas. — E se ela agiu por impulso, se arrependeu e falou que a gente se falava depois, "da boca pra fora"?

A moça negou com a cabeça.

— Ah, assim, né?! — deu de ombros, meio incerta sobre o que opinar. — Tipo, não conheço a Beth direito pra te dar certeza de algo, Amélie, mas não acho que foi por impulso.

— Você acha?

— Uai, filha, pelo o que você me disse, parece que ela queria tanto quanto você.

— Então, por que ela não ficou comigo?

— Aí, caramba, Amélie! Quando você quer, é bem burrinha, viu?! — exclamou, revirando os olhos. — Raciocina, poxa! Se você está assim, tendo uma crise de ansiedade, imagine a bagunça na cabeça daquela mulher depois disso? Coitada, a Elizabeth deve estar enlouquecendo! Ainda mais se ela não tiver alguém pra desabafar.

Em silêncio, a moça respirou devagar, pensando nas palavras da amiga. De fato, Ísis tinha razão.

— Mas e agora? O que eu faço?

— Uai, não tem muito o que fazer. Dá um tempo pra ela — deu de ombros, elevando as sobrancelhas. — E esperar ela te procurar pra resolverem isso, né? Não dá pra deixar essa situação se arrastar mais.

*.*.*

Quando Elizabeth e Manoel finalmente chegaram ao conforto de casa, após pegarem carona com um professor, era mais de uma hora manhã.

Inesquecível Para Amar (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora