CAPÍTULO SETE

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CAPÍTULO SETE

Durante a semana, Amélie trabalhou dominada pela angústia. Os dizeres do irmão a assombravam, fazendo-a repensar sobre o passeio. Em um momento, decidia bloquear o que Cristiano havia lhe dito e seguir adiante com a viagem enquanto em outro instante, pensava em procurar a Beth na quarta-feira e desmarcar tudo.

O fato é, ela não poderia permanecer naquela oscilação de pensamentos. Tinha que tomar uma decisão, entretanto, temia se arrepender de qualquer que fosse.

Aproveitando que encontraria Zimermam na faculdade naquela noite de quarta-feira, na hora do almoço, Amélie aproveitou para buscar uma direção com Ísis e a telefonou.

— Vai! Me conta o que está te deixando maluca, amada — Isinha dizia do outro lado da linha, após se cumprimentarem.

Mélie explicou tudo o que aconteceu.

— Aí... É isso. O que o Cris disse não deixa de ser uma verdade, né? — suspirou ao finalizar a explicação. — Estou desanimada. Acho que não vou mais.

Ah, não! Pelo amor de Deus, Amélie Senhorini! — a outra moça exclamava, fazendo Mel afastar o telefone do ouvido por um instante. — Você só pode estar me zoando, cara!

— Uai, mas é a verdade, Ísis — olhou para os lados, observando se não havia ninguém por perto. — Não quero ser a segunda opção da Beth e nem viver às escondidas...

Filha, veja o que rola, primeiro... Acho o seguinte, antes de qualquer coisa, vocês deveriam ter uma conversa sincera e definir os pontos...

— Como assim?

Aí, Amélie, tem horas que a sua lerdeza me irrita — elas riram. —Procure saber as intenções da Beth contigo, se ela tem pretensão de terminar o namoro, enfim... Com base nas respostas, você saberá se vale a pena ou se deve cair fora. Tipo, se ela hesitar demais, desconversar... Aí, amiga, desiste.

— Certo, mas e se ela disser que podemos ter algo? Que vai se separar?

Pede um prazo pra ela se resolver, ué.

— Mas aí estarei a pressionando, Isinha. Não quero pressioná-la.

Ué, que se foda. E você não vai dar um prazo, é ela quem vai estipular, queridinha — ouviu Mélie suspirando de novo. — Mas fique esperta, viu? Se o prazo for muito longo, saia fora também.

— É, você tem razão. Não tem outro jeito e não posso me iludir.

Mélie, se prepare pra pior resposta. Não crie expectativas.

— Eu só... Não queria me machucar, sabe... — comentou com a voz embargada.

Amiga, você vai se machucar de qualquer maneira, porque você gosta da Elizabeth, é natural. Só que nesse jogo aí, há diferentes formas de se machucar, cabe a você escolher qual é a mais tolerável. De qualquer jeito, vou estar do seu lado.

Houve um breve silêncio.

— Você está certa, Ísis.

— Ah, e depois quero a minha barra de chocolate por ter dado um empurrãozinho na Beth, viu?

— Então, quer dizer que o fato de ela ter aceitado, teve dedo seu?

Isinha riu.

Claro! Cara, ela ia te recusar. E você ficaria arrasada.

— Você não é amiga, é o meu anjo da guarda.

Hum... Acho que estou mais pra uma linda "cupidazinha".

Inesquecível Para Amar (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora