CAPÍTULO QUATORZE

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CAPÍTULO QUATORZE

Na noite de sábado, em uma mesa de um restaurante de luxo, localizado na área nobre de Belo Horizonte, estavam acomodados Manoel e Elizabeth.

Enquanto degustava o prato principal, sentindo que era observada pelo namorado, a professora aproveitou para sorver um generoso gole de vinho tinto, tentando acalmar a severa adrenalina que reverberava por todo o corpo.

Conforme a mulher conversou com Ísis, encorajou-se para finalmente cumprir o plano.

Naquela mesma semana, teve uma conversa com as sobrinhas, Bruna e Bianca, expondo a real situação do namoro, obtendo apoio por parte das meninas. Trocou todas as fechaduras da casa e adquiriu um novo número de celular, porém manteve o antigo para não levantar suspeitas.

O último passo era deixar o homem ciente sobre o fim do relacionamento e, por isso, combinou um jantar, alegando que tinha algo importante para revelar. Tudo foi minimamente articulado. Algumas vezes, o medo surgiu em Elizabeth e isso a fazia pensar em deixar tal ideia de lado.

— Então, amor — Manoel comentou quebrando o silêncio que prevalecia. — Disse que tinha algo importante para me contar. Confesso que estou curioso... — deu uma leve gargalhada enquanto segurava a taça.

Beth forçou um sorriso, encarando-o com profundidade enquanto um calafrio desconfortável a envolvia. Tomou mais um pouco de vinho e após suspirar, disse:

— Ah, bem... — ergueu as sobrancelhas. Quis abaixar a cabeça, porém manteve sustentando o olhar do homem. — Sabe, Manoel... Confesso que tenho te sentido distante.

Ele remexeu-se na cadeira a frente e ajeitou os óculos de grau, pensando em algum argumento, porém estranhado o comentário da mulher.

— Ué — deu de ombros. —, sabe muito bem que meus comportamentos são resultados dos seus. Então, talvez seja porque você também tem me evitado nos últimos meses.

— É, pode ser mesmo, mas não me importo — Beth abaixou o olhar rapidamente. — E isso me leva a crer que chegamos ao fim, Manoel.

— Como assim, Beth?!

— Ah, é isso mesmo que você ouviu. O chamei aqui, pois não quero mais continuar com você.

— Nossa, você sempre surta à toa! Viu só?! — após ser pego de surpresa com a fala da namorada, Manoel não conseguia mais manter contato visual. Estava nervoso. O coração disparava. — São crises, ué. Todo namoro tem altos e baixos. E, sei lá... — ele tentava contornar a situação. — Por algum motivo, estamos no baixo. Mas a gente pode consertar isso. Sempre damos um jeito.

Elizabeth olhou para as mãos dela sobre a mesa e percebeu que estava trêmula. Respirou fundo e continuou a dizer:

— Ah, não — balançou a cabeça. — Estou cansada disso, de você, das suas manipulações...

Manoel colocou a mão sobre a da professora. Ela usava o anel de noivado. E ao inclinar-se um pouco, na direção dela, sobre a mesa, fez com que uma conexão visual se formasse.

— Hum, já sei bem o que você está fazendo — mostrou um sorriso sugestivo. — Acha mesmo que pode me chantagear pra gente se casar logo?

A professora gargalhou e esquivou-se da investida do homem.

— Aí, aí, querido, sabia que admiro a sua autoestima em achar que seja alguma artimanha? Mas não é — sorveu o restante do vinho. — Acabou, Manoel — retirou o anel, colocando-o sobre a mesa e levantando-se em seguida.

O homem arregalou os olhos e sentiu o desespero fazendo seu ritmo cardíaco aumentar. Pressionou os lábios enquanto raciocinava rapidamente sobre o que acontecia. Como um bom manipulador, não permitiria esboçar desespero ou alvoroço.

Inesquecível Para Amar (COMPLETO)Where stories live. Discover now