CAPÍTULO DOZE

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Antes tarde do que nunca, cá estou.

CAPÍTULO DOZE

Passavam das duas horas da tarde de quarta-feira e Amélie andava pelo pátio da universidade, perguntando-se se realmente deveria ter aceitado ouvir a Elizabeth, uma vez que ainda se sentia angustiada e magoada, desde a última conversa que tiveram.

Após a conversa com Ísis, no sábado, passou os últimos dias cogitando a hipótese de ouvir a professora e, por fim, acabou cedendo.

Aproveitando que havia tirado o dia de folga no hospital, marcou de encontrá-la em uma sala que sempre ficava desocupada naquele horário, já que o ambiente estava mais vazio e, consequentemente, tranquilo para terem uma boa conversa sem serem interrompidas ou dispersas.

Enquanto seguia pelo corredor do campus de medicina, local em que a mulher a aguardava, deu um suspiro pesaroso, sentindo um calafrio no estômago, pois sabia que não ouviria da boca da outra o que tanto almejava e isso a irritava.

Dobrou o corredor e entrou na última sala.

A porta estava encostada e ao empurrá-la, deparou-se com Elizabeth sentada à mesa do professor, com o notebook aberto e uma pilha de papéis espalhados sobre a mesa. A jovem ergueu as sobrancelhas e revirou os olhos ao recordar-se de que ainda precisava lançar as notas dos alunos no portal.

Beth estava concentrada em suas tarefas, mantendo uma feição carregada de seriedade enquanto digitava algo no computador, por baixo dos óculos de grau, porém seu rosto ganhou uma feição mais serena ao perceber que Amélie estava na porta.

— Entre e feche a porta, por favor — pediu sem encará-la, organizando as folhas que estavam empilhadas sobre a mesa.

A moça deu um longo suspiro e acatou ao pedido da mais velha. Arrastou uma cadeira qualquer e sentou-se ao lado da mulher, colocando a bolsa no chão.

— Aí — rolou os olhos de novo. —, só você pra me fazer sair de casa nesse sol rachando, em plena folga minha, viu?

— Oi, Amélie! Tudo bem? Eu vou bem também. Obrigada por perguntar — ironizou, tirando os óculos e a moça fez uma careta de desdém, sentindo as bochechas formigando. —Pedi pra marcar um dia em que você pudesse ir na minha casa, mas você negou, então não reclame. Estar aqui, nesse horário, foi escolha sua.

— Ah, mas é claro — colocou o cotovelo sobre a mesa e apoiou o queixo no dorso da mão, mostrando um sorriso irônico. — Não vou correr o risco de ceder pra você.

As duas se observaram. Apesar da pose de durona, Mélie queria rir, porém pressionou os lábios e ergueu uma das sobrancelhas. Por outro lado, Elizabeth balançou a cabeça, achando graça na situação.

— Só sugeri um local mais calmo, onde não pudéssemos sermos interrompidas.

Enquanto Zimermam falava, a moça observou que ela mostrava uma expressão mais abatida, além de leves olheiras.

— Ah, mas tenho certeza de que aqui não seremos interrompidas — disse convicta. —E me parece que alguém não tem dormido direito, né? — Beth calou-se e abaixou o olhar. — É bom saber que você está experimentando um pouquinho do que sofri nesses últimos tempos — finalizou, mordiscando o lábio inferior.

— Olha, Amélie... — a encarou. — A chamei aqui, pois queria ter uma conversa contigo, mas se veio pra me atacar, melhor deixarmos pra lá...

— Uai, não, ué... É que... Estou com raiva, Elizabeth e...

— Entendo que esteja aborrecida, mas está se comportando como uma criança — a interrompeu. — Não precisa dizer nada, se não quiser, apenas me escute.

Inesquecível Para Amar (COMPLETO)Where stories live. Discover now