CAPÍTULO OITO

1.7K 203 345
                                    

CAPÍTULO OITO

A Trilha dos Escravos, local em que as moças fariam a caminhada, ficava próxima da pousada, portanto, foram a pé.

Por ser fim de semana, havia um número maior de turistas na cidade, porém menor do que em época de temporada. Ao começarem a subir a ladeira da trilha, depararam-se com pessoas seguindo ou voltando do mesmo destino.

Passavam das nove da manhã e o dia estava ensolarado. Nos pensamentos de Amélie, seria prazeroso mergulhar nas águas do rio com aquele calor, ainda mais na companhia de Elizabeth.

— Pelas fotos que me manda — dizia Elizabeth. —, você gosta muito de vir aqui, né?

— E tem como não gostar de um lugar desses?! — a garota rebateu, porém não encarou a mulher, já que a caminhada exigia atenção nos passos, para que não ocorresse uma queda.

— E quem vem de companhia com você?

— Ué — a jovem parou a caminhada e levou as mãos na cintura, aproveitando para descansar um pouco. —, a minha família, meus amigos...

— Nunca veio com alguém especial? — Beth parou um pouco a frente e virou-se para olhá-la.

Elas sorriram.

— Com você — respondeu sem rodeios.

A mulher pretendia rebater a resposta com mais uma pergunta, porém se desmanchou com a resposta inesperada, as bochechas se ruborizaram e um sorriso bobo surgiu no canto dos lábios, fazendo-a abaixar o olhar.

Amélie aproveitou para beber um pouco d'água, já que o dia estava quente e tirou a camiseta, ficando apenas com a parte superior do biquíni. Em seguida, elas voltaram a caminhar.

Por longos minutos, continuaram subida íngreme em silêncio. Vez ou outra, Amélie olhava para os lados, constatando a altitude em que estavam e sentia uma leve vertigem. Sentava-se nas pedras que haviam por ali, bebia água, aproveitando para contemplar o belíssimo horizonte.

— Você está saindo com alguém? — Elizabeth sentou-se ao lado da moça, secando o suor que escorria no canto da testa com o dorso da mão.

Um sorrisinho malicioso brincou nos lábios de Senhorini e encarou a professora de soslaio, rapidamente, voltando a olhar para a paisagem.

— Hum... Mas você está bastante curiosa, hein, professora?! — caçoou.

Um calafrio atingiu Beth.

— Uai, foi você quem disse que vivia saindo com as pessoas pra suprir seus vazios — retrucou com desdém, elevando as sobrancelhas.

Amélie se levantou, entregando a garrafinha para a mulher.

— E se eu disser que estou? Muda algo?

— Muda — Beth respondeu enquanto ingeria um gole d'água.

— Ah, é mesmo, Zimermam?! — rebateu com ironia. — Pois não deveria, já que você também tem alguém, portanto, estaríamos quites. E a propósito, quais são as suas intenções comigo, hein?!

A professora se levantou e continuaram a andar.

— Como assim? — se fez de desentendida, com a finalidade de ganhar mais tempo.

— Sua capacidade em bancar a sonsa me surpreende — Amélie respondeu após uma gargalhada irônica.

— Bem... — Beth ergueu as sobrancelhas e percebeu que as pedras sob os pés, estavam pintadas com setas amarelas. — Te disse que é pra deixar as coisas acontecerem. Pode-se dizer que é uma boa intenção, né?

Inesquecível Para Amar (COMPLETO)Where stories live. Discover now