CAPÍTULO CINCO

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CAPÍTULO CINCO

Na tarde do dia seguinte, as emoções ardiam calorosamente nas lembranças da professora Elizabeth.

A mulher estava em horário vago, havia acabado de lecionar em uma das turmas de medicina da faculdade e almejava aproveitar o tempo ocioso para corrigir atividades avaliativas de outras turmas.

Assim que se organizou na sala dos professores, abriu o notebook, mas Zimermam percebeu que a sua atenção, por diversas vezes, se direcionava a última conversa que teve com Amélie.

Como o local estava parcialmente vazio, exceto por uma professora que resolvia as tarefas no lado oposto da sala, o silêncio imperava e então, a mulher fechou os olhos, tornando aquela lembrança ainda mais vívida. A professora visualizou as feições de sua garota: os olhos acastanhados cintilantes, o sorriso encantador que se emoldurava por entre os seus lábios atraentes.

De repente, suspirou.

Abriu os olhos e cerrou os punhos, praguejando contra si mesma por sentir-se tão atraída pela moça.

Desde a última conversa, Beth não parou de pensar em Mel. A todo o instante, Amélie surgia em seus pensamentos, sorrindo, se declarando, encantando-a como sempre fez, sem qualquer esforço. E aquilo fazia com que a professora mais velha mergulhasse no próprio medo.

Elizabeth acessou um site de agência de viagens, digitando um destino paradisíaco qualquer, permitindo-se, por um momento, imaginar visitando tal destino tendo Mélie como companhia.

Novamente, suspirou, sendo tragada de volta a sua realidade, a sua lucidez. Fechou a aba de navegação, recolheu os papéis, guardando-os em sua pasta e decidiu dar uma volta pelo shopping, espairecer um pouco.

*.*.*

Na secretaria da universidade, localizada no saguão, Ísis protocolava os relatórios de estágio de seus alunos, quando avistou Elizabeth descendo as escadas. Deu um risinho, recordando-se de Mel.

Enquanto aguardava o comprovante da secretária, a garota analisou o semblante da professora, constatando que estava mais harmonioso.

— Ei, Beth! — Isinha exclamou assim que a docente se aproximou.

Logo que avistou a preceptora, a feição distraída da mulher se dissipou, cedendo lugar para um sorriso alegre. Tinha um carinho e uma simpatia muito grande pela ex-aluna.

Aproximou-se da moça e trocaram um abraço.

— O que veio fazer aqui? — a professora indagou escorando-se no balcão.

— Ah, vim protocolar uns relatórios de estágio — suspirou, revirando os olhos. — Mas assim que acabar, irei pra casa. E você?

— Hm... — franziu os lábios. — Estava indo ao shopping, dar uma volta, respirar um pouco, sabe?!

— Sei como é — mostrou um sorriso simpático. — Está atarefada demais com o final da primeira etapa chegando?

— Hum, até que não. Já me acostumei com isso... — deu um riso fraco. — É que, na verdade, estou pensando demais em umas coisas que estão me incomodando.

— Aham... — virou-se para receber o comprovante dos documentos. — A Amélie também está do mesmo jeito, coitada, super angustiada — olhou de soslaio para a professora. Pelo semblante apresentado, notou que a provocação havia sido certeira.

Uma ideia atingiu os pensamentos de Beth. Seu coração se acelerou e aquele calafrio desconfortável, tão familiar, surgiu em seu abdome com intensidade. Permaneceu silenciosa por alguns segundos, passou as mãos em seus cabelos, ponderando determinadas questões.

Inesquecível Para Amar (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora