233° capítulo

1.3K 126 66
                                    

Henrique.

Maria dormiu mas ainda era cedo, porém não interrompi ela e deixei.

Também foi quando senti sede e ouvi um barulho de carro, provavelmente Melissa.

Resolvi descer, me recordando do caminho quando subimos e foi fácil achar a sala.

Melissa adentrou a porta junto de uma mulher... Loira... Talvez aquela que Maria comentou.

- oi. - digo, meio sem jeito mas com medo da sua amiga.

- oi Henrique. - sorriu gentil.

- vou deixá-los a sós. - a mulher olhou mal a mim mas se retirou.

- e... Maria? Onde tá? - sorriu.

- dormindo, deixei ela dormir um pouco, ela sempre dorme a tarde e deve tá cansada. - Melissa deu um sorriso sentimental.

- conhece ela tanto. - sorri. - senta, vamos conversar. - nos sentamos no sofá. - primeiro de tudo: eu não fiz mal a ela... Aquele dia na delegacia eu não pude dizer abertamente a você como estávamos.

- Maria me contou como tá indo as coisas. - digo.

- Henrique olha... - se aproximou. - você já pensou o quanto foi usado desde o começo? E o quanto é importante? - não esperava por algo assim. - seu pai basicamente te empurrou pra Maria e se não fosse você.. - suspirou. - até Álvaro descobrir sobre o tumor... Maria estaria infeliz, na verdade eu não sei como as coisas seriam, ela não seria tão madura como é agora... Nem mesmo teria tido relações sexuais, isso se ela não perdesse com alguém daquela casa. - contrai o maxilar imaginando como foram os dias na casa do pai da Maria, aquela cheia de prostitutas. - eu não sou um monstro. - sua expressão era de medo do que eu poderia dizer.

- não acho que seja ruim, mas tudo que tá acontecendo pode ser ruim pra Maria. - ela suspirou.

- por isso estou tentando fazer com que tudo seja perfeito enquanto ela ficar aqui, ela pode sair, o condomínio é bem protegido, mas também ela não conhece ninguém e eu ficarei muito preocupada. - concordei. - essa mulher que quer as meninas é uma maluca e pelo que meus colegas acham, ela pode tá fazendo isso como vingança ou por que elas eram tão importantes pra ela. - penso.

- Malu dizia que Mariana era a preferida, era tratada diferente. - digo e ela pensa.

- tratada como? Como assim? Malu via essa mulher? - concordei.

- pelo que ela disse sim, mas entre todas as crianças Mariana era a que ela mais enchergava. - Melissa se levantou, parecia triste.

- minhas filhas estiveram todo esse tempo com um monstro. - me levantei. - não posso sentir raiva dos meus pais mas a culpa é deles. - ela se virou pra mim. - e você... Cuidou da Maria. - ela andou até mim e me abraçou, eu fiquei sem reação mas abracei de volta por educação. - me desculpa Henrique. - disse ainda no abraço. 

- tudo bem. - fiz carinho em suas costas pra não ser chato mas lá no fundo eu não confio na Melissa.

- olha. - saiu do abraço e limpou algumas lágrimas. - eu... Quero que venha sempre, quero que esteja em segurança como vai ficar mas que sempre se falem, eu não vou afastar vocês. - isso me deixou feliz.

- só não quero ficar longe sem saber se ela comeu ou se tá bem. - concordou.

- vai sempre estar por perto, não se preocupe.

Ouvimos um barulho e olhamos pra direção dele, era Maria, coçando o olhinho enquanto andava.

- daddy... Mãe. - ela olhou pra gente e sorriu. - duas pessoas importantes pra mim juntas. - sorrimos e ela veio até nós.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora