298° capítulo

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Maria Luísa.

Sabe, eu transei, isso é algo tão...

EU TRANSEI.

O mundo que me aguente por que eu vou dizer isso até o fim da minha vida.

Mas... Não estou tão feliz assim.

Ontem comecei a tomar o anticoncepcional, remédio esse que meio que estimula o seu corpo.

Isso significa sim um corpo belo e blá blá blá, mas também significa todos os alunos te olhando diferente.

Os homens que já olham irão passar a olhar mais.

Porém não acho que eu vá mudar, Maria não mudou tanto.

- sente alguma coisa? Um desconforto? - suspirei, tirando a máscara do rosto e colocando pro meu queixo.

- era pra eu sentir né? - ela também suspirou e sorriu fraquinho, deu pra ver pelos seus olhos.

- não, olha, na maioria das vezes não sentimos nada.

- bom... A vagina é um lugar muito delicado, assim como a vulva. - digo. - mas quando você faz sexo e a pessoa tem cuidado, não dói, mas quando você é estuprada e o seu estuprador usa toda a força dele, pode causar lesões lá dentro.

Eu estava no médico, pra ser mais específica, a minha ginecologista é treinada em atender pacientes que sofreram estupros.

- você tem razão, mas sua intimidade está totalmente curada. - aliviei o olhar, ficando surpresa.

- curada?

- totalmente. - sorriu. - você só precisava ter a sua primeira vez pra saber se algo iria acontecer e não aconteceu... Por que está bem. - eu sorri.

- oi, com licença. - mamãe entrou no consultório.

- já acabamos aqui. - disse a médica.

- ah, eu não quero ser chata mas estou um pouquinho atrasada. - mamãe ficou sem graça.

- tudo bem, não se preocupe. - disse a médica, levantando da sua cadeira a minha frente. - pode ir se vestir. - disse a mim e eu desci da maca.

Coloquei a minha calcinha novamente e calça, colocando os tênis e ouvindo mamãe conversar com a médica.

Eu começaria a tomar o remédio a partir de agora e teria alguns efeitos colaterais.

Também queria colocar o Dio, mas a médica disse que era cedo, ainda mais pro meu caso... De estupro e blá blá blá.

E eu entendia, eu entendo tudo da anatomia humana.

Fomos embora e eu me sentia tão... Pura.

Eu não sei, parece que ganhei a minha inocência de volta, o meu corpo e o meu espaço.

Gab me ajudou a se encontrar.

- tudo bem? - deu carinho no meu cabelo e concordei.

Entramos no carro e mamãe suspirou.

- deveria ter lutado por você. - colocou a mão no ossinho do nariz, mas por poucos segundos.

- como assim mamãe?

- naquele dia... Você foi tomar banho, só tomar banho e nunca mais voltou. - se virou pra mim e entendi.

- isso não é culpa sua, você sabe.

- tem razão, é culpa da sua vó... Velha nojenta. - arregalei os olhos.

- mamãe, a culpa não é da vovó, a culpa é de Alessandra... Sei que ela cresceu no meio daquilo tudo e ficou acostumada, mas ela também se tornou quem ela foi por que ela quis, nada mais, ela quem quis seguir aquela vida, a culpa só cabe a ela. - peguei a mão da mamãe. - tudo bem? - concordou e sorri.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora